Do portal Estilo UOL
A transição do berço para a cama é algo pelo qual toda criança passa, geralmente por volta dos dois ou três anos de idade. Indicador de amadurecimento e de ganho de autonomia, esse momento pode ser acompanhado de muita insegurança.
por Juliana Nakamura
01/08/2016
A mudança do berço para a cama precisa ser gradual e
respeitando as necessidades da criança
imagem: Getty Images
“A mudança pode ser tanto natural quanto um sofrimento. O estímulo, a orientação e a conversa franca podem ajudar nesse caminho”, resume o pediatra Moises Chencinski, membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Primeiros Cuidados da SPSP (Sociedade de Pediatria de São Paulo).
Confira a seguir algumas dicas do especialista, da pediatra Maria José Carvalho Sant’Anna, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, e de Felipe Lora, pediatra do Hospital Infantil Sabará, em São Paulo, para substituir o berço pela cama com segurança e tranquilidade.
Observe
Há dois indicadores de que é chegada a hora de abandonar o berço. O primeiro é quando o móvel deixa de cumprir a função de reter e proteger a criança. Se seu filho já escala as grades do berço, provavelmente é o caso de mudar para uma cama baixa
Vá devagar
A mudança deve ser gradual, sempre respeitando o tempo da criança. Comece abaixando a altura do colchão e as grades do berço. Os berços que se transformam em minicamas são ótimos nesse momento. A estrutura, o colchão e até o enxoval podem ser mantidos, reduzindo o impacto da mudança.
Converse, envolva
Antes de tirar o berço do quarto, apresente a ideia da troca de cama para seu filho e observe sua reação. Explique que ele está se tornando uma criança grande, que merece uma cama a sua altura. Também ajuda deixar que participe da escolha de sua cama nova e de seus complementos (lençóis, travesseiros, etc.). Faça da mudança um evento a ser celebrado.
A primeira cama deve ser baixa, acessível, com cantos arredondados. Também deve ter meia grade para proteção contra quedas. A grade lateral da cama deve ter espaçamento máximo de 6,5 cm entre as ripas, para evitar que a criança coloque a cabeça no vão.
Proteção redobrada
Se a ideia é trocar o berço por uma cama de solteiro, será preciso adotar cuidados adicionais. Coloque grades presas sob o colchão ou deixe-o no chão por alguns dias, até a criança se acostumar com o espaço. Para minimizar danos provocados por eventuais quedas, deixe almofadas,colchonete ou edredom no chão.
Segurança global
Uma vez fora do berço, a criança estará mais livre para explorar toda a casa. Lembre-se disso e assegure-se de que não há nenhum objeto perigoso ao alcance de mãozinhas curiosas, bem como janelas sem tela ou produtos químicos e medicamentos acessíveis. Antes de dormir, verifique se as portas dos banheiros e da cozinha estão fechadas.
Paciência
Às vezes, as crianças podem ter alguma resistência na hora de trocar o berço pela cama. Um dos inconvenientes comuns nessa etapa é a criança deixar sua cama para dormir na cama dos pais
Reforce o ritual
Se ter uma rotina já era importante quando a criança dormia no berço, com a cama isso se torna ainda mais valioso. Elas ficam mais tranquilas e dormem melhor quando têm um ritual de sono que inclua, por exemplo, banho, jantar e leitura de história.
Novo membro da família
As razões que levam os pais a aderirem à cama são variadas. Pode ser porque a criança não cabe mais no berço ou tenta pular as grades insistentemente. A necessidade de ceder lugar para um irmãozinho que está a caminho também pode motivar a troca. Nesse caso, o melhor a fazer a mudança dois ou três meses antes do nascimento do irmão. Isso para garantir que a criança não associe diretamente a perda do berço à chegada do novo bebê.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545