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Amamentar em público ainda choca?

Do site Chris Flores

Todo mundo já deveria saber que os bebês precisam ser amamentados pelo menos até o sexto mês em livre demanda. Sim, sou dessas que acha que o filho precisa ser amamentado quando e onde quiser, até a idade que a mãe achar importante para ambos (contanto que respeite ao menos os 6 meses).

por Chris Flores

02/08/2016



 Isso protege o bebê de doenças, alimenta e estabelece o melhor vínculo que poderia existir entre mãe e filho – pra dizer o mínimo sobre os benefícios! Quem são “os outros” para julgar as escolhas de uma mãe?

Estamos em plena 25ª Semana Mundial de Aleitamento Materno (1 a 7 de agosto) e fico chocada que ainda exista gente que se espante com duas imagens que ganharam as redes sociais nos últimos dias.

A primeira é da deputada estadual pelo Rio Grande do Sul, Manuela D’Ávila, que foi fotografada amamentando a filha Laura, de 11 meses, num evento sobre maternidade, feminismo e academia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

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A segunda é da canadense Christina Torino-Benton, que amamentou a filha Gemma, de 9 meses, durante seu próprio casamento. Isso mesmo! Christina estava no altar da Igreja da Ressurreição de Nosso Senhor, em Quebec, no Canadá, oficializando a relação de 10 anos com o marido Danny, quando a bebê chorou. Sem titubear, ela pegou a filha nos braços, sentou-se no banco da igreja e amamentou.

Captura de Tela 2016-08-02 às 18.19.49

As duas receberam muitos julgamentos quando suas fotos caíram nas redes sociais e viralizaram, alguns positivos, outros nem tanto.

Como julgar duas mães que estão atendendo à livre demanda dos filhos? Qual o problema de oferecer seu seio na frente de todos para que seu filho seja amamentado? O que há de perturbador em ver mulheres sendo mães? Me preocupa muito viver numa sociedade onde alguns não conseguem conviver com o ato mais simples e antigo no mundo: a amamentação. Tirar um seio para fora da blusa para amamentar em público não é perversão, é consciência materna. Tirar seios para fora no Carnaval, na televisão, em revistas, na internet pode? Por quê não na vida real para um objetivo claro de sinal de amor?

Com o emponderamento das mulheres, é natural que a gente assista mais e mais essa cena em espaços públicos. Ainda bem! Chega de preconceito! Deixem as mulheres serem mulheres. Deixem as mulheres serem mães.

Aliás, quem quiser contemplar esse lindo ato, a Estação Luz da Linha 4 Amarela do metrô de São Paulo recebe, de 1 a 31 de agosto, a exposição de fotos “Amamentar é…”, idealizada pela blogueira Priscila Kotzent em parceria com a fotógrafa Lidi Lopez. “Poderíamos rodar o alfabeto inúmeras vezes, e ainda assim não conseguiríamos colocar em palavras a importância e a relevância do aleitamento materno. As frases que estão nas fotos são nossa pequena colaboração para que essa ação, em prol do aleitamento, tenha vida longa e se reproduza por muitas e muitas mães e para que possamos inundar o país e o mundo de leite materno”, declara Dr. Moises Chencinski, presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

“Todo mundo tem me encorajado e apoiado. A amamentação é algo tão natural. Levei um tempo para me sentir confortável de fazer isso diante das pessoas, mas agora é natural, e não mudaria isso”

Christina Torino-Benton


“Ela mamou ali. E dormiu. Todas as mulheres que são mães e amamentam ou amamentaram sabem que esse gesto é natural e espontâneo! O que chama atenção na foto em minha opinião? Mulheres em espaço de poder, crianças em espaços de poder, vida em espaços de poder. A política é masculina e machista, a política não tem espaço para as mulheres, a política não tem espaço para o que nos diferencia dos homens, a política não tem espaço para a ingenuidade e para a alegria das crianças, não tem espaço para a naturalidade com que conciliamos nosso trabalho e nossas lutas com nossos bebês”

Manuela D’Ávila



Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545