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Pesquisa analisa o uso e a satisfação em relação aos medicamentos homeopáticos

Do portal HOSPITAIS BRASIL

Estudo incluiu uma série de perguntas sobre o uso dos participantes em relação às modalidades de medicina complementar e alternativa (MCA) e foi feita com mais de 34.500 adultos.

por Márcia Wirth

31/01/2017

Uma nova pesquisa descobriu que os medicamentos homeopáticos são usados ​​principalmente por um pequeno segmento da população dos EUA para condições comuns: como um resfriado ou dor de cabeça. “O estudo, publicado no American Journal of Public Health, também revelou que os usuários de homeopatia, particularmente aqueles que também relatam consultar médicos homeopatas, acham que o uso destes medicamentos é útil e tendem a usar uma maior variedade de modalidades de medicina complementar e alternativa (MCA) do que os usuários de suplementos e de outras modalidades de MCAs”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349).

Este é o primeiro relatório detalhado sobre o uso da homeopatia nos Estados Unidos. As informações fornecidas por esta pesquisa são importantes para os órgãos reguladores, FDA (Food and Drug Administration) e FTC (Federal Trade Commission), que têm feito indagações sobre o uso e a percepção do público sobre esses produtos. Como a maioria das pessoas compra esses fármacos, sem receita médica e sem a orientação do médico, os autores do estudo consideram reconfortante a constatação de que a maioria os utiliza para o tratamento de condições consideradas não graves. Já para Chencinski, “não é a gravidade da doença que determina a utilização ou não do tratamento homeopático adequado, e sim sua aplicabilidade em cada caso avaliado individualmente em uma consulta com o especialista”.

“A homeopatia é uma especialidade médica, com mais de 200 anos de idade, que tem por base o princípio de similares – que substâncias altamente diluídas podem ser usadas ​​para tratar sintomas semelhantes aos que seriam causados ​​por grandes doses dessas substâncias em pessoas saudáveis. O interesse pela homeopatia tem aumentado nos últimos anos”, destaca o médico.

Embora os medicamentos homeopáticos sejam geralmente estocados perto de suplementos, em prateleiras de farmácia, os autores observam que eles são regulados de forma diferente, passando por aprovação formal pela Homeopathic Pharmacopoeia Convention of the United States e em conformidade com as orientações da FDA para boas práticas de fabricação.

O estudo analisou dados da National Health Interview Survey, que é realizada anualmente pelo Centro Nacional de Estatísticas de Saúde dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças. A pesquisa de 2012 incluiu uma série de perguntas sobre o uso dos participantes em relação às modalidades de medicina complementar e alternativa (MCA) e foi feita com mais de 34.500 adultos. Os autores do estudo dividiram os entrevistados em quatro grupos: aqueles que usaram produtos homeopáticos nos últimos 12 meses; aqueles que usaram suplementos, mas não usaram homeopatia; aqueles que usaram outras formas de MCA, mas não homeopatia ou suplementos, e aqueles que não usam as MCAs.

“Os entrevistados que relataram usar homeopatia eram em sua maioria brancos, mulheres, casados, altamente educados, com idades compreendidas entre os 30 e os 44 anos e vivem no oeste dos Estados Unidos do que usuários de MCAs que não usavam homeopatia. Eles também foram mais propensos a relatar o uso de outros tipos de MAC, exceto quiropraxia ou manipulação osteopática, e ter utilizado vários tipos diferentes de MACs”, destaca Moises Chencinski.

Enquanto dois terços dos 718 entrevistados que usaram a homeopatia a classificaram entre suas três principais terapias complementares, apenas 140 ou 19% relataram ter ido a um médico homeopata durante o ano anterior. Um terço dos usuários de homeopatia – tanto aqueles que fizeram uso dos medicamentos e não consultaram os profissionais – relataram usar esses fármacos para tratar condições de saúde específicas, mais comumente resfriados e dores de cabeça. “Já aqueles que fizeram uma consulta homeopática eram significativamente mais propensos a relatar que a homeopatia era muito importante para manter sua saúde e que a prática tinha ajudado ‘muito’ em relação ao seu problema de saúde”, diz o homeopata.

Os pesquisadores ficaram surpresos ao constatar que poucos usuários de homeopatia relataram ter visto um médico antes de fazer uso dos medicamentos. “Os dados sugerem que a probabilidade de as pessoas usarem esses produtos para condições graves, sem a participação de um profissional de saúde, é baixa e os dados de outros grupos sugerem que a maior parte dos usuários de terapia complementares, adotam essas práticas em conjunto com o tratamento convencional e não o substituindo”, afirma Chencinski.

Os pesquisadores concordam que os dados deste estudo ajudam a atender o interesse da FDA e da FTC fornecendo informações sobre o uso da homeopatia, mas que informações adicionais, mais detalhadas sobre os usuários de homeopatia, devem ser buscadas, visando a obtenção de informações úteis adicionais.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545