Do portal SEGS
Embora a prevalência do sexting seja maior entre adolescentes, com mais idade, e em dispositivos móveis, versus computadores, o estudo coloca uma questão à qual se deve prestar especial atenção: a entrada de pré-adolescentes entre 10 e 12 anos nas práticas de sexting.
por Márcia Wirth
10/04/2018
Sexting é a prática de enviar ou receber imagens de pessoas nuas ou seminuas ou mensagens de texto sexualmente explícitas. O ato pode acontecer por livre e espontânea vontade ou quando uma pessoa pressiona outra para enviar uma foto nua ou seminua.
De acordo com uma meta-análise publicada na revista JAMA Pediatrics, um número considerável de jovens menores de 18 anos participa ou já participou de práticas de sexting em algum momento; especificamente um em cada sete (15%) enviando material sensível e um em cada quatro (27%), recebendo-o.
“Para os adolescentes, esse cenário pode acontecer entre pessoas que estão namorando ou com aqueles que apenas começaram a se gostar e um adolescente é solicitado a "provar" que ele gosta da outra pessoa. O sexting também pode acontecer quando uma pessoa envia uma foto nua ou seminua para outra sem pedir o consentimento primeiro. O sexting pode levar à propagação das fotos ou mensagens, de modo que outras pessoas as vejam ou as distribuam. Para adolescentes, isso pode acontecer se um namoro terminar, o casal briga ou um amigo empresta o telefone do adolescente, vê as fotos e as manda para outras pessoas”, explica o pediatra e homeopataMoises Chencinski (CRM-SP 36.349).
Assim, pode não ser surpreendente saber que o sexting tem muitos riscos. Estes riscos que incluem sofrimento emocional, para aqueles que são pressionados a enviar essas fotos, bem como para os que as recebem essas fotos. O sexting também pode causar danos morais se as fotos forem amplamente distribuídas, causandotrazendo maior sofrimento ou embaraço. O sexting pode desencadear consequências legais. No entanto, a prática não é rara.
Por que os adolescentes se envolvem em sexting?
Esse é um momento de vida em que os adolescentes estão aprendendo sobre seus próprios corpos, como assumir riscos e sobre atrações românticas. Para alguns adolescentes, se envolver em sexting pode parecer uma maneira de explorar sua atração por alguém. “Recomenda-se que, em vez de ter uma grande conversa sobreo tema, os pais, responsáveis e professores tenham várias pequenas conversas, ao longo do tempo, para verificar o entendimento do adolescente, ver se há perguntas e reforçar as mensagens-chave”, explica Chencinski.
Dicas para falar com seu filho sobre o sexting
Comece a discussão cedo
Comece a conversa com seu filho, fazendo perguntas amplas como, "Você já ouviu falar de sexting? Diga-me o que você acha que é." Você pode enquadrar a conversa em torno de quanto seu filho sabe ou não. “Comentar sobre uma história veiculada na imprensa, na comunidade ou na escola é um bom momento para abordar a questão. Enfatize as consequências do sexting, como demonstrado por situações nas notícias onde houve problemas”, recomenda o pediatra.
Use exemplos apropriados para a idade do seu filho
“Para pré-adolescentes com telefones celulares, deixe-os saber que as mensagens de texto nunca devem incluir imagens de ninguém sem roupas. Para os adolescentes, seja específico sobre o que é sexting e que essa prática pode levar a sérias consequências. Para todas as idades, lembre-lhes que, uma vez que uma imagem é enviada, ela não está mais sob seu controle e não há como recuperá-la. O que está on-line ou enviado via texto pode existir para sempre e ser enviado para outros”, afirma o médico.
Lembre seu adolescente de seu próprio valor
Deixe seu filho saber que ser pressionado para enviar uma foto sem roupa não é legal, nem é uma maneira de "provar" o amor ou mostrar atração. “Deixe seu filho saber que você entende que é difícil ser pressionado ou desafiado a fazer algo, mas que ele tem o poder de se defender. Lembre-o de que ele merece respeito”, enfatiza Moises Chencinski.
Para maiores informações
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545