Do site do Estadão
Brasil conta com a maior rede de bancos e pontos de coleta do mundo. O Ministério da Saúde lançou, no mês de maio, a campanha “Doe leite materno. Ajude quem espera por você”, que marcou o Dia Mundial de Doação de Leite Humano, comemorado no dia 19.
08/06/2018
O objetivo da ação é conscientizar gestantes e lactantes para a importância desse ato e aumentar a quantidade de doadoras pelo País. O Brasil conta com 219 bancos de leite humano e 196 postos de coleta, distribuídos por todos os estados – a maior rede do mundo. Os bancos recebem o leite e, depois de testá-lo, categorizá-lo e pasteurizá-lo, o distribuem para os hospitais que tenham bebês necessitando do alimento.
Apesar dessa estrutura, a quantidade de doações ainda é baixa. De janeiro a dezembro de 2017, os bancos e postos coletaram 189 mil litros de leite no País, doados por 158 mil mulheres. Desse total, após a seleção do alimento, foram distribuídos 135 mil litros, beneficiando 176 mil recém-nascidos. Apesar dos números positivos, o volume de leite humano coletado supre somente60% da demanda no País.
Bebês prematuros, de baixo peso e aqueles que apresentam alguma enfermidade, como doenças imunológicas ou do trato intestinal, são prioridade, segundo Maria José Guardia Mattar, coordenadora da Rede Paulista de Bancos de Leite Humano.
"SANGUE BRANCO"
O leite materno é a primeira opção para alimentar o bebê, por ser o leite da mesma espécie, explica o pediatra Moisés Chencinski, presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo.
“É o que chamamos de ‘sangue branco’, pois contém células vivas, anticorpos que compõem as defesas do organismo”, diz. O bebê que recebe leite humano na internação está mais protegido de infecções, se recupera e ganha alta mais rapidamente, principalmente no caso dos prematuros e de baixo peso.
A fórmula artificial, produzida à base de leite de vaca, se aproxima da composição do leite humano, mas não é igual. Além de não conter os anticorpos, ela é constituída por outro tipo de proteína, um potencial alergênico, principalmente para crianças cujos pais já sofrem algum tipo de alergia. “Tomar esse leite uma única vez pode deixar o bebê sensível à sua proteína”, diz Maria José. “A introdução do leite artificial deve ser postergada ao máximo”, afirma.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545