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Mãe com síndrome de hiperlactação doa 450 litros de leite materno
Do site da Revista Crescer
Pode acreditar, todo esse leite foi doado por apenas uma mãe! Tabitha Frost possui uma síndrome rara que faz ela produzir três vezes mais leite que o normal
por Sabrina Ongaratto
31/08/2018
Um dos maiores medos das gestantes é não ter leite para amamentar os filhos, mas e quando o problema é o excesso? A rotina da americana Tabitha Frost, 29 anos, inclui fazer extração de leite a cada três horas. A explicação está em uma síndrome chamada hiperlactação. Ou seja, o corpo dela produz cerca de três vezes mais do que o necessário para o bebê.
Mas engana-se quem pensa que Tabitha encara isso como um problema. “Já ordenhei em shows, jogos de baseball, no carro, em museus. Pode dizer o lugar, eu provavelmente já tirei leite lá”, diverte-se.
Ela contou que a síndrome teve início após o nascimento da segunda filha, Adelaide, agora com 2 anos. “Eu nunca tinha visto tanto leite antes”, disse ela. Mas foi depois que Cleo nasceu, a caçula de oito meses, que ela resolveu doar o leite.
São quatro horas por dia dedicadas ao seu trabalho de amor, como ela mesmo chama. Tabitha produz, em média, 2,7 litros por dia e acredita que já doou aproximadamente 450 litros à crianças prematuras, com problemas de saúde e alergia à formulas. Isso é feito através de uma empresa que processa o leite para que ele possa ser encaminhado a outros bebês.
Como identificar a hiperlactação?
Nos primeiros dias, após o parto, o corpo da mãe se encarrega de regular a produção de leite de acordo com a necessidade do bebê. No entanto, ela deve estar atenta a alguns sinais da hiperlactação.
De acordo com o presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo, Moises Chencinski, é possível perceber se a produção é excessiva pelo comportamento da criança. "O bebê quer mamar, mas sente-se irritado por que não consegue. Quando as mamas estão muito cheias ele acaba engasgando ou regurgitando. Muitas vezes, isso é confundido com refluxo, mas na verdade é apenas leite em excesso", explicou o pediatra.
A recomendação, nesse caso, é fazer a extração de um pouco do leite até que o peito e, principalmente, a aréola fique macia. Outra medida simples é mudar a posição da amamentação. "O ideal é que a criança fique na posição sentada, no colo da mãe. A mãe também pode reclinar o corpo e colocar o bebê sobre ela, isso ajuda a diminuir a pressão do leite", completou o médico.
Fezes esverdeadas do bebê, jatos constantes de leite, entupimento dos dutos mamários e seios doloridos também são indicativos de hiperlactação. No entanto, segundo o pediatra, é fundamental que a mãe busque orientação durante toda a fase da amamentação.
"É muito importante que ela tenha sempre o acompanhamento de um médico. Começar a conversar sobre a retirada do leite ainda na gravidez também ajuda a preparar a mulher", alertou o médico.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545