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Enquanto Bela Gil quiser, ela pode amamentar seus filhos e isso é benéfico tanto para ela quanto para eles.
por Maria Júlia Marques
12/02/2019
Bela Gil acordou empolgada para fazer ioga nesta terça-feira (12) e publicou uma foto mostrando que o exercício não a impede de ter um momento com o filho. Nino, de 2 anos e nove meses, não atrapalhou a pose da mãe e aproveitou o momento para tomar leite em seu peito.
Alguns fãs amaram o momento e acharam que captou o elo entre os dois, mas teve quem achou o ato esquisito e ficou questionando se uma criança com essa idade ainda precisava ser amamentada.
A resposta? Deixem Bela Gil em paz. (Vejam a foto em seu Instagram).
A OMS (Organização Mundial da Saúde), o MS (Ministério da Saúde) e a Sociedade Brasileira de Pediatria recomendam a amamentação até os dois anos de idade ou mais. Segundo o MS, "quanto mais tempo o bebê mamar no peito, melhor para ele e para a mãe."
Acontece que amamentar é muito mais do que alimentar a criança, é um processo que envolve a interação profunda entre mãe e filho, com repercussões nutricionais que auxiliam na habilidade do neném de se defender de infecções, em sua fisiologia e no desenvolvimento cognitivo e emocional.
"A gente tem que deixar claro que o bebê está querendo ser amamentado, a mãe tem essa disponibilidade, então por que não? Não existem metas, nenhuma mãe tem que ficar triste de não conseguir amamentar até os dois anos, mas, se conseguir, que bom!", diz Alberto Guimarães, ginecologista, obstetra e responsável pelo projeto Parto Sem Medo. "É uma escolha que cabe exclusivamente à mãe e ao filho e está dentro das recomendações oficiais," completa.
O Ministério confirma ainda que o leite materno protege contra diarreias, infecções respiratórias e alergias. Diminui o risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes, além de reduzir a chance de desenvolver obesidade.
"É isso, estudos mais recentes mostram que amamentar mais de dois anos interfere na melhora do QI da criança, melhora o sistema imunológico, e o ato ajuda até a mãe ao diminuir o risco de câncer de útero, ovário e principalmente de mama," afirma Moises Chencinski, presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da SPSP (Sociedade de Pediatria de São Paulo).
Estudos provam ainda que a amamentação reduz o risco de AVC (Acidente Vascular Cerebral) após a menopausa em mulheres que amamentaram ao menos uma criança, e que mães que amamentam um número maior de filhos e por longos períodos são menos propensas a sofrer de hipertensão após a menopausa.
A ideia é que o leite materno seja usado como fonte exclusiva de nutrição até os seis meses de idade; dos seis meses até o primeiro ano os pais já podem introduzir alguns alimentos, como frutas e vegetais, mas o leite continua sendo o alimento principal do neném. Após o primeiro ano, o leite vira uma complementação da alimentação principal, podendo ser tomado como café da manhã, lanche da tarde ou antes de dormir.
"Amamentar é ótimo e o desmame tem que ser natural, enquanto foi possível postergar a amamentação melhor. O leite materno tem cerca de 800 componentes em sua formação, é muito completo, as fórmulas costumam ter 50 componentes. Sei que nem sempre é possível seguir dando leite, mas quando for não precisa marcar uma data para desmamar," conta Chencinski.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545