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Qual a idade que se recomenda viajar com crianças?

Do site JorNow

Feriado prolongado: viajar com a família toda!?

por Márcia Wirth

10/03/2019

Feriados prolongados... O telefone do consultório começa tocar, os e-mails e as mensagens do WhatsApp disparam... A dúvida das famílias é a mesma: “Qual a idade que se recomenda viajar com crianças?”. Essa é uma pergunta que acontece em várias épocas especiais do ano: Natal, Ano Novo, Páscoa e feriados prolongados. No Carnaval, não é diferente, né?

Minha resposta padrão:

Por conta dos cuidados necessários, pela questão da vacinação, para estabelecer e manter uma rotina, pelas questões do transporte, da alimentação, da própria viagem, do meio de transporte, enfim, acho que uns 18 anos é uma idade boa. E isso porque não dá mais para evitar, né?”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski.

Agora falando sério...

Segundo o médico, há muitas questões a serem consideradas:

• Idade da criança;
• Tipo de alimentação (aleitamento materno, se já come, etc);
• Meio de transporte (avião, ônibus, carro ou outro);
• Distância e tempo de viagem;
• Época do ano (feriado, onde tem mais riscos de congestionamentos, ou pelo risco das chuvas);
• Onde vão ficar (acomodações, família).

“Mas, uma das que mais me preocupa, e que não costuma ser levada em conta nessa época, é a segurança”, diz o pediatra.

E poderíamos dividir essa questão em várias “sub-questões”:

• Transporte (no carro: a cadeirinha adequada, voltada para frente ou para o fundo do veículo dependendo das recomendações, sempre no banco de trás, nunca no colo, etc);
• Exposição solar (muito cuidado abaixo dos 6 meses, em que não se recomenda o uso de protetor solar e, se acima dos 6 meses, não esquecer de passar de acordo com as recomendações médicas, com cuidados nos horários de exposição);
• Uso de repelentes (para crianças acima de 6 meses) dependendo da região do país e da época do ano, pelos riscos de arboviroses (dengue, zika, chikungunya, febre amarela).

“Mas o que deve sempre direcionar a busca pelas viagens, como principal fator de segurança, é o acesso a serviço médico pediátrico confiável bem próximo. Se fosse possível, cada família deveria levar seu pediatra junto na viagem”, brinca o médico.

Aventuras só são legais quando acabam bem. E nem sempre existe total segurança, mesmo para quem tem muita experiência.

Pediatras costumam deixar seus contatos para que os pais os procurem em caso de necessidades. Mas, pela localização, nem sempre esse contato é viável (internet, sinal para celular, telefone). Vale lembrar que, mesmo sendo fundamentais para a saúde das crianças, pediatras também têm famílias e saem em férias e nem sempre podem ser (ou querem ser) localizados.

E isso, sem contar que, na imensa maioria das urgências ou emergências, ou mesmo em casos corriqueiros de febre, diarreia, vômito, tosse, manchas na pele, uma queda, um ferimento SEMPRE é fundamental que alguém examine a criança.

“Uma diarreia com vômitos, situação muito comum em viagens, pode rapidamente levar a um quadro de desidratação. E para isso é necessário um pediatra que examine a criança e um serviço médico que receba e trate adequadamente o quadro. Um corte na pele precisa ser suturado. Nem sempre, ou em bem poucos casos, é possível orientar algo, por WhatsApp ou por e-mail, que não seja: procure um pediatra ou um pronto atendimento infantil”, destaca Moises Chencinski.

Então a recomendação é não viajar?

“Dá sim pra viajar. Mas façam escolhas seguras. E procurem locais em que o atendimento médico pediátrico seja próximo e confiável”, orienta o pediatra.

Pergunta: Alguém de vocês que tem carro não faz seguro?

Mas, o que isso tem a ver com...

“Fazemos seguro do carro torcendo para não usar. E passamos anos pagando seguro de carro, sem usar. E bem pouca gente pensa em parar de pagar o seguro. Isso é segurança. Se nada acontecer, ótimo. Mas se acontecer, estamos preparados e não seremos pegos de surpresa. Pense nisso em sua próxima viagem com seus filhos. Viajamos para descansar, para passarmos mais tempo junto com nossos entes queridos e torcendo para nada acontecer. Mas, precisamos estar preparados para o que são os (nem sempre) imprevistos. Assim todos ficam tranquilos. Inclusive nós, os pediatras”, defende o médico.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545