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FDA adverte pais sobre colares e pulseiras de âmbar para dentição

Do site da Revista News

Colares, pulseiras e tornozeleiras apresentam riscos de estrangulamento, e se a corda se romper, as crianças podem engolir as contas e se sufocarem com elas.

por Márcia Wirth

27/04/2019

Food and Drug Administration (FDA) dos EUA emitiu uma advertência sobre o risco que os colares, pulseiras e tornozeleiras de âmbar representam para bebês e crianças pequenas. As “joias da dentição” – incluindo colares, tornozeleiras e pulseiras usadas por bebês na época do nascimento dos dentes ou como estimulação sensorial para crianças com autismo ou transtorno de déficit de atenção / hiperatividade – são conhecidas por ferir gravemente crianças, informou a FDA em um comunicado dirigido aos pais e prestadores de cuidados de saúde.

Colares, pulseiras e tornozeleiras apresentam riscos de estrangulamento, e se a corda se romper, as crianças podem engolir as contas e se sufocarem com elas. Os relatórios que geraram o comunicado incluíram o caso de um bebê de 18 meses que morreu depois de ser estrangulado por seu colar de dentição, enquanto dormia. Outro bebê de 7 meses de idade supostamente se engasgou com as contas de uma pulseira de dentição de madeira e teve que ser levado para o hospital. “Estamos preocupados com os riscos que observamos nesses produtos e queremos que os pais saibam que o uso das joias de âmbar coloca crianças, incluindo aquelas com necessidades especiais, em risco de ferimentos graves e morte”, diz o comunicado.

As contas das “joias da dentição” podem ser feitas de silicone, madeira ou outros materiais, incluindo âmbar. Os fabricantes de colares de dentição de âmbar afirmam que a temperatura do corpo do bebê aquece o âmbar, liberando uma substância química – ácido succínico – que pode ser absorvida pela pele para aliviar a dor do nascimento da dentição. A FDA não testou as alegações dos fabricantes do colar quanto à segurança ou eficácia. “Os pais raramente pedem conselhos sobre esses colares de dentição antes de comprar um para seu bebê, mas frequentemente vejo pacientes usando-os durante as consultas. Recomendo aos cuidadores não usá-los, pois eles trazem riscos de asfixia e estrangulamento, bem como os efeitos desconhecidos sobre o próprio âmbar. Não há qualquer evidência, até agora, que o ácido succínico entre  na corrente sanguínea e faça bem ao bebê”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski.

Quando os pais insistem em usar as “joias”, mesmo sem nenhuma evidência científica a favor e diante dos riscos apontados, é melhor não permitir que os bebês as usem sem supervisão. Isso significa que não é seguro usá-las enquanto eles dormem ou enquanto estão sentados em um assento de carro, sem um adulto por perto. “Este é um conselho não solicitado, mas essa é uma das atribuições do pediatra:  proteger as crianças”, defende o médico.

A FDA também adotou uma postura firme contra outros remédios caseiros para a dentição, incluindo géis anestésicos ou cremes para as gengivas. A Academia Americana de Pediatria recomenda que os cuidadores ofereçam aos bebês um anel de dentição que tenha sido resfriado na geladeira para aliviar a dor. No entanto, adverte contra o congelamento desses anéis de dentição. “Anéis congelados podem danificar as gengivas. Uma opção segura para os cuidadores seria usar um dedo limpo para esfregar ou massagear suavemente as gengivas do bebê”, orienta Moises Chencinski.

 

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545