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Não existem regras ou idade exata para que a criança comece o processo de desfralde, já que cada uma tem seu próprio ritmo e limitação, que devem sempre ser respeitados. O período, no entanto, pode ser de grande expectativa para os pais que, mesmo sem saber, podem atrapalhar o desenvolvimento dos pequenos.
por Paulo Nobuo
17/05/2019
Não existem regras ou idade exata para que a criança comece o processo de desfralde, já que cada uma tem seu próprio ritmo e limitação, que devem sempre ser respeitados. O período, no entanto, pode ser de grande expectativa para os pais que, mesmo sem saber, podem atrapalhar o desenvolvimento dos pequenos.
Umas das atitudes mais comuns e até mesmo tentadoras é elogiar e querer recompensar a criança quando ela deixa a fralda. Frases de comemoração podem soar incentivadoras, mas, segundo a psicóloga Márcia Tosin, o comportamento não faz sentido e tampouco traz resultados positivos.
Por que pais não devem elogiar o desfralde
Em seu perfil no Facebook, a profissional exemplifica: “quando seu filho está com soluço, você o recompensa quando ele para? Não. Porque sabemos que não é possível controlar fatores orgânicos, da mesma forma que nenhuma criança pode controlar os acidentes de xixi e cocô em suas roupas íntimas.
A psicóloga afirma que os elogios e as recompensas no período de desfralde enviam a mensagem errada porque atestam que a criança tem controle da situação e, como ela está em processo de desenvolvimento do controle dos esfíncteres urinário e anal, tudo o que ela não precisa é de "motivação" para experimentar o fracasso. A atitude, mesmo sendo bem intencionada, pode fazer com que a criança se sinta culpada por não ter conseguido.
Ninguém mais do que a criança quer alcançar o desfralde e ninguém mais do que ela sente a frustração da expectativa dos adultos em sua volta, explica a profissional, que completa: a fralda é deixada. A fralda não é tirada.
O método que Márcia indica para desfralde é manter a criança com a fralda até que essa não seja mais necessária, sem fazer as substituições por cueca ou calcinha sem que ela tenha controle total sobre as idas ao banheiro. Sem recompensas e punições por erros e acertos.
No processo de aprendizagem e adaptação, ela é capaz de ir até o banheiro e abaixar a fralda, assim como faria com uma cueca ou calcinha. No processo, os pais e cuidadores devem ser apenas guias, e não protagonistas.
A psicóloga afirma que a atitude de elogiar a criança quando ela passa a deixar a fralda pode resultar em distúrbios associados a evacuar e urinar, os chamados "distúrbios de eliminação".
É preciso acabar com o mito que se sobrepõe à fisiologia orgânica de que próximo aos 2 anos de idade, a criança está pronta para o desfralde. O controle do esfíncter ocorre entre 18 meses e 5 anos de idade, mas a consolidação de todo processo se contempla entre 4 e 5 anos.
Consequências de um desfralde abrupto
Os pais precisam ter paciência e estar atentos aos sinais que a criança dá quando está pronta para abandonar as fraldas, além de evitar atitudes comuns que atrapalham completamente o desfralde.
É essencial que a criança seja observada, ouvida e respeitada antes de conduzi-la ao desfralde, afirma o pediatra Dr. Moisés Chencinski, membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial de São Paulo.
Os pais precisam avaliar bem o momento exato para retirar as fraldas com cuidado e sensibilidade, já que um processo inadequado pode gerar impactos e traumas emocionais e fisiológicos nos pequenos, como:
• Baixa autoestima
• Insegurança
• Ansiedade
• Choro intenso
• Infecção urinária
• Prisão de ventre
• Medo de evacuar
• Enurese noturna (quando a criança tem mais de cinco anos e não conseguem controlar o xixi)
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545