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As principais dúvidas dos pais sobre o sono infantil

Do site da Revista Crescer

por Malu Echeverria

06/09/2019

1. Por que o recém-nascido pode trocar o dia pela noite e como fazer para evitar essa situação?
Isso pode acontecer até os 3 meses por conta da imaturidade do relógio biológico da criança. Não há como evitar, portanto. Mas você pode ajudar criando um ambiente que favoreça o sono, reduzindo a luminosidade (que atrapalha a produção de melatonina, o hormônio do sono) e os ruídos no início da noite.

2. É verdade que é mais seguro deixar o bebê dormir no mesmo quarto dos pais?
Sim, segundo a Academia Americana de Pediatria, quando a criança dorme no mesmo ambiente que os pais, em um berço ou moisés, o risco de morte súbita durante o sono cai 50%. O hábito, que também favorece a amamentação, pode ser incentivado até o bebê completar 1 ano.

3. Meu filho acorda várias vezes, a noite inteira, e sempre vai parar na minha cama. O que eu faço?
Os despertares noturnos são comuns nos primeiros dois anos de vida. Para garantir que o seu filho durma a noite toda, vale incentivar bons hábitos de sono desde cedo. Isso inclui ter horários regulares para dormir; evitar brincadeiras agitadas à noite; deixar as telas de lado pelo menos duas horas antes de ir para a cama e criar um ritual de sono (com banho, escovação de dentes e uma história ou canção de ninar). Se ele correr para a sua cama no meio da noite, você pode levá-lo de volta ao quarto dele e aguardar até que durma de novo. Algumas famílias, no entanto, são adeptas da cama compartilhada nesse caso. Desde que todos durmam bem nessa situação, não há problema.

4. Chego tarde do trabalho. Tem problema o meu filho me esperar para dormir ou tem um horário ideal que ele precisa ir para a cama?
É fundamental que ele durma o número de horas recomendado para a idade. Se dorme tarde e acorda tarde, tudo bem. Mas se tem de se levantar cedo para ir à escola, a família precisa levar isso em conta e colocá-lo na cama no horário adequado. Uma pesquisa da Universidade de Houston (EUA) mostrou que crianças que dormem mal ou menos do que o necessário podem apresentar mais problemas emocionais, como ansiedade e depressão, na vida adulta.

5. Meu  filho tem muit os pesadelos, isso é normal?
Se forem pouco frequentes e não atrapalharem as atividades da criança durante o dia, não precisa se preocupar. Sentar na cama, gritar e chorar durante os episódios pode caracterizar o chamado terror noturno. Ele acomete 3% das crianças e desaparece espontaneamente, conforme ela cresce.

6. Posso dar melatonina ou medicamentos fitoterápicos para meu filho dormir melhor?
melatonina é o hormônio que avisa o organismo que está na hora de dormir, por isso a substância pode ser indicada para tratar insônia e outros problemas relacionados ao sono. Nas crianças, porém, o uso é recomendado somente em casos específicos (para crianças com autismo, por exemplo) e com supervisão médica. Outros calmantes ou sedativos, mesmo que naturais, também não ajudam a resolver, de fato, os obstáculos que surgem na hora de dormir, já que a maioria dos problemas é de comportamento e não fisiológico.

Especialistas consultados: 

- Ana Maria Escobar, pediatra e colunista da CRESCER, autora de Boas-vindas, Bebê - Volumes 1, 2 e 3 (Principium Editorial)
- Carlos Eduardo Correa (Cacá, pediatra e neonatologista do Espaço Nascente (SP)
- Daniel Becker, pediatra do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e autor do site Pediatria Integral - Gustavo Moreira, neuropediatra especializado em medicina do sono, presidente do Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) - Isabella Balalai, pediatra infectologista, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)
- Janáira Fernandes Severo Ferreira, alergista e imunologista pediátrica, do Hospital Infantil Albert Sabin (CE)
- Marina Buarque de Almeida, pneumologista pediátrica, coordenadora do Departamento de Pneumologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT)
Mauro Fisberg, pediatra e nutrólogo, coordenador do Centro de Nutrologia e Dificuldades Alimentares do Instituto Pensi, do Hospital Infantil Sabará (SP) 
- Moises Chencinski, pediatra e homeopata, presidente do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade Paulista de Pediatria 
- Renata Waksman, pediatra do Departamento Científico de Segurança da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)
- Renato Luiz Valério, pediatra do Hospital Pequeno Príncipe (PR)

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545