Do site da Revista Crescer
Respondemos suas principais dúvidas sobre essa etapa tão importante no desenvolvimento infantil
por Malu Echeverria / Edição Mônica Kato
07/09/2019
Vocês já passaram pela amamentação e introdução alimentar. Nessa fase, seu filho já deve estar voando por aí e falando pelos cotovelos. Eis que o próximo desafio se aproxima: o desfralde. Aqui, o principal segredo é esperar o tempo certo e ter muita paciência. Pedimos para que especialistas respondesse às principais dúvidas dos pais. Confira!
1. Com que idade devo desfraldar o meu filho?
A resposta é individual. Mas, normalmente, a criança só tem maturidade para controlar os esfíncteres – músculos que retêm e liberam a urina e as fezes – entre 2 e 3 anos. Quando chegar a hora, use um penico ou redutor de assento com apoio para os pés, já que a postura correta da musculatura pélvica favorece o esvaziamento da bexiga. Também vale elogiar toda vez que ela pedir para ir ao banheiro (e der tempo), comprar calcinhas e cuecas novas e evitar cobranças.
2. É bom fazer o desfralde com as outras crianças do berçário ou da creche?
Como cada criança tem o seu ritmo próprio, o desfralde coletivo pode ser ruim para aquelas que ainda não estão prontas. Sendo assim, forçá-las a tirar a fralda sem que apresentem sinais de que chegou a hora – já conseguem se despir sozinhas, incomodam-se com a fralda cheia e avisam que querem ir ao banheiro, entre outros – pode dificultar o processo.
3. O que fazer quando a criança não quer usar o penico?
O controle da evacuação exige maior maturidade, por isso é normal ela abandonar a fralda do xixi antes da do cocô. Que tal tornar o momento mais lúdico, contando histórias e levando brinquedos que ela goste ao banheiro, por exemplo? O processo pode levar alguns meses, mas se perdurar demais ou causar algum receio na criança, a ponto de ela segurar as fezes, converse com um especialista.
4. Posso treinar meu bebê a sair logo da fralda?
A recomendação é aguardar que ele manifeste essa vontade, o que dificilmente ocorre antes dos 2 anos. Tenha paciência: o desfralde precoce aumenta em três vezes a chance de a criança fazer xixi na roupa com frequência mais adiante, segundo pesquisa do Wake Forest Baptist Medical Center (EUA) feita com crianças de 2 a 10 anos.
5. A fralda de pano pode causar mais assadura?
Não necessariamente. Porém, como a pele vai ficar em contato direto com o xixi e o cocô (diferentemente das fraldas descartáveis, que os absorvem melhor), o ideal é trocá-la imediatamente.
6. Meu filho não usa mais fraldas, mas ainda faz xixi na cama. É normal?
Sim. Molhar a cama vez ou outra na infância faz parte. De acordo com a Sociedade Internacional de Continência Infantil, 10% das crianças aos 6 anos apresentam enurese noturna (o popular xixi na cama) duas ou mais vezes ao mês. A condição diminui com o tempo e, aos 10, somente 5% delas ainda molham o colchão. A genética pode ser uma das razões: se o pai ou a mãe faziam xixi na cama após os 5 anos, o filho tem 40% de chance de ter enurese, e o número sobe para 60%, caso ambos faziam. O problema também aparece em momentos de tensão, como quando nasce um irmão ou a criança muda de escola.
Especialistas consultados:
- Ana Maria Escobar, pediatra e colunista da CRESCER, autora de Boas-vindas, Bebê - Volumes 1, 2 e 3 (Principium Editorial)
- Carlos Eduardo Correa (Cacá, pediatra e neonatologista do Espaço Nascente (SP)
- Daniel Becker, pediatra do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e autor do site Pediatria Integral - Gustavo Moreira, neuropediatra especializado em medicina do sono, presidente do Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
- Isabella Balalai, pediatra infectologista, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)
- Janáira Fernandes Severo Ferreira, alergista e imunologista pediátrica, do Hospital Infantil Albert Sabin (CE)
- Marina Buarque de Almeida, pneumologista pediátrica, coordenadora do Departamento de Pneumologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT)
- Mauro Fisberg, pediatra e nutrólogo, coordenador do Centro de Nutrologia e Dificuldades Alimentares do Instituto Pensi, do Hospital Infantil Sabará (SP)
- Moises Chencinski, pediatra e homeopata, presidente do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade Paulista de Pediatria
- Renata Waksman, pediatra do Departamento Científico de Segurança da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)
- Renato Luiz Valério, pediatra do Hospital Pequeno Príncipe (PR)
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545