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Vacinação: 8 respostas para perguntas frequentes

Do site da Revista Crescer - CRIANÇAS

Posso dar mais de uma vacina no mesmo dia? O que acontece se eu atrasar a aplicação de alguma dose? Especialistas tiram as principais dúvidas sobre o assunto

por Malu Echeverria

08/09/2019

O calendário de vacinação faz parte da rotina de uma crianças desde os primeiros dias de vida. E para que ela cresça e se desenvolva com saúde, mantê-lo atualizado é essencial. No entanto, é comum que surjam dúvidas pelo caminho. Por isso, reunimos alguns dos principais questionamentos dos pais e levamos para especialistas responderem. Veja a seguir!

1. Posso dar mais de uma vacina no mesmo dia?
Sim. Isso não sobrecarrega o sistema imunológico. Como há cada vez mais vacinas disponíveis, se elas não forem aplicadas em conjunto, aliás, os pais terão de levar a criança com frequên­cia à clínica de vacinação ou ao posto de saúde, o que não é nada prático.

2. Posso dar vacina no meu filho se ele estiver com gripe?
Depende do estado geral da criança. Se ela estiver bem, ou seja, brincando, comendo e dormindo normalmente, não há problema. Mas se apresentar febre, por exemplo, melhor evitar. Porque caso algum sintoma piore, isso pode prejudicar o diagnóstico: o pediatra não vai saber se foi a gripe ou vacina que causaram o mal-estar ou outro tipo de reação.

3. A criança pode tomar vacina se estiver sob medicação?
Não há contraindicação se ela estiver fazendo algum tratamento com antibióticos, antialérgicos ou até mesmo corticoides, a não ser que ela tenha alguma deficiência imunológica. Ainda assim, é possível fazer a imunização com vacinas inativadas (com micro-organismos mortos ou frações deles), que apresentam menos reações adversas.

4. Posso dar algum remédio antes da vacina para combater possíveis desconfortos, como febre ou dor?
Eles não são recomendados como medida profilática, especialmente o paracetamol, porque podem atrapalhar a resposta imunológica da vacina. Foi o que comprovou um estudo publicado na revista científica The Lancet feito com 459 bebês saudáveis.

5. O que acontece se eu atrasar a aplicação de alguma dose?
O seu filho não estará protegido nesse período. Se uma vacina tem um esquema de três doses, por exemplo, apenas duas não são o suficiente para protegê-lo totalmente. Caso atrase, retome o esquema de onde parou o quanto antes.

6. Quais são os sintomas mais comuns de reação à vacina?
Febre, além de vermelhidão, dor e calor no local da picada. A criança também pode ficar mais chorosa e irritada no dia. Para amenizá-los, você pode dar um analgésico (desde que indicado pelo pediatra), além de fazer uma compressa com água fria (três vezes ao dia, por dez minutos, pelo menos). Uma revisão de estudos da Academia Americana de Pediatria com base em 67 pesquisas comprovou que efeitos adversos mais graves, como convulsões, são extremamente raros.

7. Quando a vacina é cara e requer muitas doses, posso vacinar meu filho quando ele crescer e precisar de menos doses?
Até pode. Mas não faz sentido deixar o seu filho desprotegido justamente na infância, período em que ele é mais suscetível a contrair a doença. Segundo dados do Ministério da Saúde, o risco de meningite é maior em crianças menores de 5 anos, em especial, com menos de 1 ano.

8. Qual vacina contra meningite é mais eficaz? Existe uma melhor, mesmo?
No Brasil, vale destacar, prevalecem as meningites bacterianas causadas pelo meningococo do tipo C. O Sistema Único de Saúde dispõe de quatro tipos de vacinas contra a meningite: BCG, Pentavalente, Meningocócica C e Pneumocócica 10. Já na rede particular, é possível encontrar, além dessas, a Meningocócica B, a Meningocócica Quadrivalente A, C, W, Y (que protege contra esses quatro tipos da bactéria meningococo) e a Pneumocócica 13. Todas essas vacinas são seguras e eficazes, por isso, se possível, vale aplicar as da rede particular também para aumentar a cobertura vacinal.

 Especialistas consultados: 

- Ana Maria Escobar, pediatra e colunista da CRESCER, autora de Boas-vindas, Bebê - Volumes 1, 2 e 3 (Principium Editorial) 
- Carlos Eduardo Correa (Cacá, pediatra e neonatologista do Espaço Nascente (SP) 
- Daniel Becker, pediatra do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e autor do site Pediatria Integral - Gustavo Moreira, neuropediatra especializado em medicina do sono, presidente do Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) 
- Isabella Balalai, pediatra infectologista, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)
Janáira Fernandes Severo Ferreira, alergista e imunologista pediátrica, do Hospital Infantil Albert Sabin (CE) 
- Marina Buarque de Almeida, pneumologista pediátrica, coordenadora do Departamento de Pneumologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) 
- Mauro Fisberg, pediatra e nutrólogo, coordenador do Centro de Nutrologia e Dificuldades Alimentares do Instituto Pensi, do Hospital Infantil Sabará (SP) 
- Moises Chencinski, pediatra e homeopata, presidente do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade Paulista de Pediatria 
- Renata Waksman, pediatra do Departamento Científico de Segurança da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)  
- Renato Luiz Valério, pediatra do Hospital Pequeno Príncipe (PR)

 

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545