Pediatras com muitos seguidores nas redes sociais (Instagram, Facebook, entre outros), reunidos em um grupo de WhatsApp, debateram essa proposta e decidiram lançar uma enquete para compreender um pouco mais sobre essa questão.
23/10/2019
Antes de ver a resposta (no final do texto), vale saber que a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), do Ministério da Saúde (MS), da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) continua a mesma:
ALEITAMENTO MATERNO DESDE A SALA DE PARTO;
EXCLUSIVO E EM LIVRE-DEMADA ATÉ O 6º MÊS;
COMPLEMENTADO COM ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL ATÉ 2 ANOS OU MAIS.
Mas o que se vê, no Brasil e no mundo, são taxas muito aquém do desejado. Isso fez com que a OMS lançasse uma campanha propondo que até 2.025 tenhamos pelo menos 50% das crianças até o 6º mês em aleitamento materno exclusivo (AME). Entre as propostas de ação, a primeira, por ordem de importância, é limitar o marketing de fórmulas infantis (além de licença maternidade remunerada, fortalecer sistemas de saúde e apoio às mães – nessa ordem).
Isso mostra que o desafio não é só nosso e a observação é mundial.
Pediatras com muitos seguidores nas redes sociais (Instagram, Facebook, entre outros), reunidos em um grupo de WhatsApp, debateram essa proposta e decidiram lançar uma enquete para compreender um pouco mais sobre essa questão. Essa pesquisa teve a intenção de conhecer a opinião das mães que nos seguem em nossos perfis.
E assim, no dia 20/10, às 21 horas, foi lançada uma enquete com 48 horas de duração, através dos Stories de seus perfis no Instagram com a seguinte pergunta:
Você acha que as fórmulas infantis são à base de leite de vaca?
RESULTADOS:
Número de pediatras participantes: 12
Número total de seguidores desses pediatras: 1.672.743 (uau)
Número total de respostas: 26.070
SIM – Total: 13.326 - 51%
NÃO – Total: 12.744 - 49 %
Os resultados, apesar de serem bastante intrigantes, mostram uma realidade importante para reflexão. O que acontece para que 49% das pessoas que responderam à enquete, em sua imensa maioria mães, não saiba que as fórmulas lácteas infantis sejam produzidas à base de ingredientes do leite de vaca e cabra? Será que essa informação está clara o suficiente nos produtos e na publicidade?
Independentemente da razão, a informação chega às mães e às famílias de uma forma inadequada, gerando confusão. Quando ocorre o desmame e começa a busca por um substituto, nos produtos e na propaganda das fórmulas lácteas infantis, são incluídas frases que remetem a uma comparação como “semelhantes” ou “idênticas” ao leite materno, o que, aliás, vai contra a lei (Norma Brasileira para Comercialização de Alimentos Lácteos, chupetas, bicos e mamadeiras).
Enquanto as fórmulas lácteas infantis, que são à base de leite de vaca (ou, mais recentemente, cabra) trazem cerca de 50 ingredientes em sua composição, o leite materno tem 800 componentes naturais conhecidos. Ele é um “medicamento personalizado”, vivo, que se modifica de acordo com as características e as necessidades de cada bebê.
Leite materno é inigualável.
As fórmulas lácteas infantis à base de leite de vaca (ou cabra), bem como fórmulas infantis à base de proteína hidrolisada de arroz ou proteína isolada de soja (acima dos 6 meses de idade - segundo recomendação da SBP), podem ser indicadas em situações em que o aleitamento materno não seja viável ou por opção da mãe (sem julgamentos, mas com informação). Quando absolutamente necessário, é preferível o uso dessas fórmulas infantis ao leite de vaca integral (em pó, caixinha, líquido).
E para concluir:
- São fundamentais o apoio, proteção e promoção ao aleitamento materno.
- É importante que a informação seja transparente, clara e não dê margem a dúvidas.
- Precisamos esclarecer a população para que não haja riscos nas suas escolhas e que qualquer decisão seja sempre baseada em fatos, sem nenhum julgamento.
E se alguém te falar que a fórmula infantil é à base de ou semelhante ao leite materno, você fala em plenos pulmões:
FÓRMULAS LÁCTEAS INFANTIS SÃO À BASE DE LEITE DE VACA OU DE CABRA.
Fizeram parte dessa enquete e desse texto os seguintes pediatras (em seus perfis de Instagram):
- Amanda Ibagy – CRM.: 12.916 – Santa Catarina – Pediatra / Oncopediatra
- Dra. Bianca Mello Soto – CRM.: 145.227 – São Paulo – Pediatra / Intensivista Pediátrica
- Dra. Daniela Mendes Martins Eloy – CRM.: 169.552 – São Paulo – Pediatra / Neonatologista
- Dr. Eugênio Pacelli de Oliveira Melo – CRM.: 10.153 – Ceará – Pediatra / Oncopediatra
- Dr. Felipe Costa Lima – CRM.: 12.455 – Ceará – Pediatra
- Dra. Karla Almeida Leite Lima – CRM.: 8712 – Paraíba – Pediatra
- Dra. Kelly Marques Oliveira – CRM.: 145.039 – São Paulo – Pediatra / Alergista Pediátrica
- Dra. Maira Luz – CRM.: 129.082 – São Paulo – Pediatra / Pneumopediatra
- Dra. Mariele Vilela Rios Neves – CRM.: 52.165 – Minas Gerais – Pediatra
- Dra. Thais Chaves do Nascimento Panuci – CRM.: 858.188 – Pediatra
- Dr. Thiago Caldi de Carvalho – CRM.: 134.030 – São Paulo – Pediatra / Pneumopediatra
- Dr. Yechiel Moises Chencinski – CRM.: 36.349 – São Paulo – Pediatra / Homeopata
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545