Publicações > Meus Artigos > Todos os Artigos

VOLTAR

Covid-19: Secretaria de Saúde de SP publica novas recomendações para vacinação de grávidas, puérperas e lactantes

Do site da Revista Crescer

O documento recomenda a manutenção do aleitamento materno caso as lactantes, que estão nos grupos prioritários, optem pela vacinação

CRESCER ONLINE, DO HOME OFFICE

28/01/2021

O Centro de Vigilância Epidemiológica, da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, publicou uma nova atualização do Documento Técnico sobre a campanha de Vacinação contra a covid-19. Na publicação, há algumas recomendações para a vacinação de gestantes, puérperas lactantes, como por exemplo, a dispensa de teste de gravidez para aplicação da vacina e a manutenção do aleitamento materno, caso as lactantes optem pela vacinação.

Segundo o documento, mesmo que vacinas não tenham sido avaliadas nos grupos de gestantes, puérperas e lactantes, os estudos em animais não demonstraram risco de malformações. Assim, para as mulheres, pertencentes a um dos grupos prioritários, que se apresentem nessas condições, a vacinação poderá ser realizada após uma avaliação do médico, que deve considerar os riscos e benefícios do imunizante. 

 O Centro de Vigilância Epidemiológica orienta que as gestantes e lactantes sejam informadas sobre os dados de eficácia e segurança das vacinas. Além disso, para sugerir a aplicação da vacina, os médicos devem considerar fatores, como "o nível de potencial contaminação do vírus na comunidade, potencial eficácia da vacina e o risco e a potencial gravidade da doença materna, incluindo os efeitos no feto e no recém-nascido". 

Quanto aos casos das gestantes, que pertencem aos grupos prioritários, mas não concordam em serem vacinadas, o documento recomenda que os profissionais de saúde as apoiem. "Devem ser apoiadas em sua decisão e instruídas a manter medidas de proteção como higiene das mãos, de máscaras e distanciamento social", diz o documento. 

Além disso, os eventos adversos que ocorrerem com a gestante após a vacinação deverão ser notificados, assim como quaisquer eventos adversos que ocorram com o feto ou com o recém-nascido até 6 meses após o nascimento.

Para Moises Chencinski, pediatra e Membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria, apesar das vacinas não terem sido avaliadas em gestantes, puérperas e lactantes, esse grupo está diretamente exposto a grande risco de contaminação e adoecimento pela covid-19. "Como existe um risco maior de complicações apresentado pelas gestantes, elas deverão ser vacinadas. Essa é uma recomendação das sociedades cientificas não só do Brasil.  As duas vacinas, inativadas, são semelhantes a outras vacinas já tomadas na gestação. Já as lactantes, mesmo fora dos grupos de estudos das vacinas, têm a recomendação da ACOG (Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia) para aplicação", explica o médico. "A SBP recomenda a vacinação de mulheres que estejam amamentando (lactantes), mesmo sem estudos específicos nesse grupo, por ser improvável que vacinas inativadas da covid-19 tragam riscos às lactantes ou a seus bebês".

Para sugerir a vacinação, o especialista recomenda que os médicos estejam a par da evolução das vacinas e de seus protocolos e sua eficácia. "A cada dia, mais e mais instituições se posicionam a favor da vacinação nesse grupo, visto que os riscos da doença são muito maiores e mais graves do que os supostos riscos de vacinar com um imunizante de estrutura semelhante a outros que são utilizados nesses grupos já de rotina", diz Chencinski. O médico também ressalta que é importante ter o conhecimento da evolução do vírus onde a paciente vive.  

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545