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Recém-nascido que dorme muito não mama o suficiente?

Do site da Revista Crescer

O sonho de quase toda mãe é que seu bebê durma por horas a fio durante a noite. Mas, vez ou outra, aparece aquela pulguinha atrás da orelha, "Será que eu devo acordá-lo para mamar?" CRESCER conversou com dois especialistas em amamentação para entender como conjugar a fome e o sono dos pequenos.

por Redação Revista Crescer

12/05/2021

No começo, é natural que o bebê acorde sozinho em pequenos intervalos, já que o volume pequeno de seu estômago fará com que precise mamar com mais frequência. Mas se o pequeno fizer parte do time de dorminhocos, Ana Lucia Goulart, chefe do Departamento de Pediatria da Unifesp, recomenda que a mãe estabeleça um intervalo de no máximo 3 horas entre cada mamada. "Até que complete duas semanas de vida, a gente não tem como saber se o bebê está dormindo porque está saciado ou se está caminhando para uma hipoglicemia, por exemplo, quando fica menos ativo. Vale acordá-lo por medida de segurança", explica.

Passado esse período, mãe e filho devem consultar um pediatra, que verificará se a amamentação está bem estabelecida. Em caso positivo, o recomendado passa a ser a amamentação em livre demanda, quando a mãe oferece o seio sempre que o bebê desejar, sem necessidade de acordá-lo. "É natural que a frequência das mamadas diminua com o passar do tempo, tanto porque o bebê consegue armazenar mais alimento, quanto pela maturidade do leite, que passa a ser mais encorpado", tranquiliza Moises Chencinski, presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

O especialista não só recomenda que a mãe deixe o bebê dormir durante a noite, como o estimule. Vale não deixar que ele estenda demais o sono durante o dia ou deixar o banho para a noite, caso perceba que isso o deixa sonolento. "Não há nada de errado em um bebê dormir por mais horas seguidas durante a noite, é até importante para que ele estabeleça hábitos diurnos. Como a glândula pineal, que exerce ação reguladora, ainda está imatura, ele é incapaz de reconhecer dia e noite. Deixá-lo dormir durante a noite fará com que aos poucos sua rotina seja criada", explica o especialista.

É claro que existem exceções... O pediatra pode orientar, por exemplo, que um bebê nascido com menos de 2,5 quilos ou que tenha hipoglicemia seja alimentado de duas em duas horas, independente de ser dia ou noite. "Os prematuros, por exemplo, tendem a dormir mais, o que acaba por exigir um olhar mais atento. Independente do caso, é importante que a mãe consulte periodicamente o pediatra, que poderá avaliar se a amamentação está adequada ao desenvolvimento desse bebê", ressalta Ana Lucia.

Vale lembrar que a amamentação em livre demanda deve permanecer após a introdução alimentar. Dos 6 aos 12 meses, os alimentos sólidos não devem substituir o leite, que continua a ser o alimento principal desse bebê. Aos poucos, ele mesmo fará essa transição de um bebê que mama para um bebê que come, sem que a mãe precise limitar a amamentação.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545