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Aleitamento materno: O que você quer saber?

Do site da Revista Crescer

Em nosso dia a dia tão corrido, passamos por cima das questões mais imediatas e, muitas vezes deixamos de proteger e apoiar uma mãe que está com dificuldades

Dr. Moises Chencinski - colunista

13/07/2021

"A diferença entre o remédio e o veneno está na dose". Esta frase foi pronunciada pelo médico e físico suíço-alemão Paracelso no século XVI. Informação empodera. Informação confunde. Pode depender da dose (quantidade) e da qualidade.

Se você digitar no Google:
Aleitamento materno - aproximadamente 1.980.000 resultados
Amamentação - 9.030.000
Leite Materno - 13.500.000.

E em inglês então?
Breastfeeding - 190.000.000 resultados.

Uma mãe no século 21 não deixa de amamentar por falta de informação. Excesso dela? Informação confusa? Fake news? Pode ser.

Mas só isso?? Falta de apoio dos profissionais e dos serviços de saúde, da sociedade, das empresas, do governo, das instituições de ensino... e a lista poderia seguir.

Quantas vezes uma mãe pode dizer que se sentiu protegida, apoiada e bem-informada para tomar qualquer decisão em relação a amamentar? E tentamos ajudar. Mesmo? Como?

Damos aulas sobre aleitamento materno para as mães nas consultas e nas redes sociais. Transbordamos sua cabeça com muitas informações. Usamos linguagem científica. Apontamos os erros que ela comete. Quem nunca?

Você já se aproximou de uma mãe que está com seu bebê e fez duas simples perguntas:
- Como você está?
- Do que você precisa agora?

E depois, antes de falar... Olhou nos olhos dela? Parou, de verdade, para escutar? E escutou? Esperou ela terminar? Não a julgou? Se colocou no lugar dela? Essas são parte das ações importantes para se construir confiança e dar apoio a uma mãe.

E se, ao invés de discordar ou criticar as ideias culturais, familiares, da sabedoria popular que a mãe pode trazer, nós aceitássemos como uma forma de pensamento dela? E se, ao invés da aula, com muitas informações e determinações, em terminologia científica, nós oferecêssemos poucas (uma ou duas) e relevantes informações e sugestões (não ordens), usando linguagem simples? E se, ao invés de tentarmos ajudar, com ótima intenção, mas muitas vezes até fora da realidade dessa mãe, simplesmente tentássemos nos colocar no lugar dela?

Certamente, estaríamos oferecendo “ajuda prática”, que pode partir da nossa observação sim, mas com foco nas necessidades daquela mãe, daquele bebê, naquele momento, naquela situação.

Em nosso dia a dia tão corrido, passamos por cima das questões mais imediatas e, muitas vezes deixamos de, na simplicidade e nas pequenas atitudes, proteger e apoiar uma mãe que está com dificuldades e/ou necessidades.

Um lugar para se sentar, duas mãos para segurar o bebê ou as sacolas ou bolsas, um copo de água, um olhar, uma escuta, um ombro, tempo, atenção... E, também sobre aleitamento materno, quem sabe tentar começar com as perguntas:

- Como você está?
- Do que você precisa agora?
- O que você quer saber?

Tentar não significa conseguir, mas certamente quem conseguiu tentou.”
Aristóteles.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545