Do site da Sociedade Brasileira de Pediatria
Durante todo o mês de agosto, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) utilizou seus veículos de comunicação para ampliar o acesso às informações sobre o papel do aleitamento na vida das crianças e das mulheres.
por SBP
01/09/2021
Como parte das ações pelo Agosto Dourado, a instituição realizou em parceria com a revista Crescer o 2o Mamaço Virtual. O encontro, transmitido ao vivo nas redes sociais na última quinta-feira (25), contou com a presença de cem mães, que tiraram dúvidas com especialistas sobre diversas questões, como a importância da rede de apoio, os desafios da amamentação e os direitos da mulher que amamenta.
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As jornalistas Andréia Sadi – mãe dos gêmeos Pedro e João, de quatro meses – e Luciana Pioto – mãe de Serena, também de quatro meses – participaram do encontro e compartilharam suas experiências na amamentação. O debate foi intermediado pela editora-chefe da revista Ana Paula Pontes, e teve como pediatras convidados a presidente da SBP, dra. Luciana Rodrigues Santos; o presidente do Departamento Científico de Imunizações da SBP, dr. Renato Kfouri; o presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), dr. Moises Chencinski; e o presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da SBP, dr. Luciano Borges Santiago.
“A amamentação é um dos pilares para o desenvolvimento da criança e do adolescente. É uma das coisas mais importantes que podemos fazer por nossas crianças, além de criar uma conexão segura e adequada para desenvolver seu potencial. Não existe nenhum alimento que possa substituir o leite materno. A sociedade, a família e sobretudo o pediatra, devem apoiar e incentivar todas as mulheres nesse processo da vida que é tão importante,”, disse dra. Luciana na abertura.
ANTICORPOS – Considerado alimento ideal e padrão-ouro da amamentação do recém-nascido, do bebê e do lactante jovem, o leite materno possui nutrientes e anticorpos que são passados da mãe para o filho para a proteção contra inúmeras doenças. “Todos os anticorpos que a mãe produziu de todas as infecções em que foi exposta, várias vacinas que recebeu no passado e durante a gestação, são transferidas pelo cordão umbilical para a placenta. Esses anticorpos persistem no leite materno e reduzem os riscos de infecção de ouvido, bronquiolite, pneumonias, diarreias, entre outras”, explicou dr. Kfouri.
O especialista reforçou que toda mãe pode amamentar, mesmo se ela estiver com covid-19. Mas é preciso seguir cuidados básicos, que incluem o uso de máscara e higienização das mãos antes de tocar o bebê ou de retirar o leite materno, no caso da extração manual ou bomba extratora.
“A mãe que está eventualmente com covid-19 usa máscara, se protege e não transfere por via respiratória. Não há nenhuma demonstração de transmissão da doença através do leite, mas sim a transferência de anticorpos, que protegerão o bebê”, complementou.
DIREITO – A Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde e a SBP recomendam o aleitamento exclusivo por seis meses e como alimento complementar até os dois anos ou mais. Dr. Moises Chencinski ressaltou que todas as mães têm o direito de amamentar seus filhos.“Amamentar não é uma obrigação. Como profissionais de saúde, nós conhecemos os benefícios do aleitamento materno, mas nem todas as mães têm licença-maternidade de seis meses. Precisamos ter esse cuidado para não fomentar a culpa na mãe”, apontou.
Conciliar a amamentação com o trabalho fora de casa pode ser tarefa complexa. De acordo com dr. Luciano Borges, as mães que precisam retornar ao trabalho antes dos seis meses podem se programar para continuar com a amamentação. “Uma das formas utilizadas é realizar a extração o leite para oferecer ao bebê. O alimento pode ser armazenado no congelador por até 15 dias”, frisou.
O especialista também citou alguns direitos das mães no trabalho, tendo como base a cartilha da Mulher Trabalhadora que Amamenta do Ministério da Saúde. “A mulher tem dois períodos de descanso de meia hora durante a jornada de trabalho para extrair o leite e amamentar o bebê. Ela também tem estabilidade de emprego até que a criança complete cinco meses. É importante que a mãe conheça todas essas leis”, assinalou.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545