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A pandemia não acabou. O Hemisfério Norte é logo aí

Do Blog PEDIATRA ORIENTA da SPSP

Sociedade de Pediatria de São Paulo
Relator: Moises Chencinski
Coordenador do Blog Pediatra Orienta da Sociedade de Pediatria de São Paulo
Foto: spyrakot | depositphotos.com

16/11/2021

Pela primeira vez, desde a primeira morte por Covid-19 no Brasil (março de 2020), o dia 7 de novembro pode ser considerado um marco importante dessa pandemia. Essa segunda-feira registrou ZERO óbitos por Covid-19 em São Paulo e em mais outros 8 estados (Acre, Amapá, Goiás, Minas Gerais, Piauí, Rondônia, Roraima e Sergipe). 

Sabe-se que às segundas-feiras a notificação é menor, como reflexo da demora aos finais de semana. Mas, 82 semanas após o primeiro óbito por Covid-19 no Brasil, essa é a primeira vez que isso acontece e isso deve ser comemorado, porém, ainda, com muitos cuidados: estamos em plena pandemia. A média de mortes no Brasil atinge 235 por dia (na última semana) – isso representa 1.645 mortes por semana, 7.050 por mês, 84.600 por ano, um número incomparável dentre as causas mais prevalentes de letalidade no país. 

SEMPRE vale reforçar que:

– Quanto mais pessoas vacinadas, menos doentes e muito menos mortes por Covid-19;

– Quanto mais completo o esquema vacinal contra Covid-19, menos doentes e muito menos mortes;

– Uso de máscara protege.

Há alguns dias, o mundo atingiu a marca de 5 milhões de mortes pela Covid-19 (desde março de 2020), mesmo com a vacinação já adiantada em várias regiões, o que não tem sido suficiente para conter o número de casos e mortes recentes.  

A OMS trouxe um alerta (09/11) que a pandemia está tomando novo fôlego na Europa, inclusive em alguns países que tinham os casos mais controlados. É esperado que os países europeus representem o novo epicentro da 4° onda (pela variante Delta) e pela época de inverno que se aproxima. 

A França prorrogou o passe de saúde sanitário até 31 de julho pelo aumento de casos acima do limite de alerta (62 casos para cada 100 mil habitantes).

A Alemanha está com taxas em franca elevação, atingindo 200 casos por 100 mil pessoas, considerada a maior desde o início da pandemia. Além disso, instituiu a 3° dose da vacina para todos, 6 meses após a 2° dose.

A Áustria, com o nível mais alto de casos em 2021, anunciou a proibição da entrada em bares, cafés, restaurantes e cabeleireiros de pessoas sem comprovante vacinal.

No Reino Unido, apesar do aumento de 8,2% do número de mortes na última semana, ainda não se cogita um novo lockdown, mas um reforço nas campanhas de vacinação. 

No leste europeu, a situação é bem crítica, até pela baixa cobertura vacinal, como na Romênia (40%) e na Bulgária (27%), além de níveis recordes de casos na Ucrânia, Grécia e Rússia.

O Hemisfério Norte é logo ali e, com a liberação das viagens, estará cada vez mais próximo de nós, aumentando o risco dessa transmissão. 

Temos motivos para nos sentirmos mais seguros, mas ainda está muito longe a fase de podermos relaxar. Outras experiências mundiais ainda mostram que a Covid-19 está aí, que cuidados ainda precisam ser mantidos e que a vacinação de todos é FUNDAMENTAL para sairmos dessa, juntos, vivos e com esperança.       

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545