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Pediatra explica por que fenômeno acontece e o que ele significa para a saúde da mãe e do bebê
por CRESCER ONLINE - Redação
25/11/2021
A mãe de primeira viagem, Jo Overby, 28 anos, dos Estados Unidos, ficou em pânico quando viu que o leite materno que havia acabado de extrair para seu bebê recém-nascido estava cor de rosa. Em busca de uma explicação para a mudança de tonalidade do líquido, Jo compartilhou sua experiência nas redes sociais, mostrando uma embalagem com o leite materno no tom mais comum, branco, e outra com o leite rosado.
O vídeo, compartilhado neste mês, recebeu mais de 14 milhões de visualizações e milhares de comentários, incluindo o de mulheres que passaram pela mesma coisa. O pediatra e membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria, Moises Chencinski, explica que mudanças de coloração no leite materno são normais. “A tonalidade rosa na maioria das vezes indica a presença de sangue no leite. A mãe está com alguma fissura externa no mamilo ou sangramento interno que deve ser tratado. O consumo do leite cor de rosa, porém, é seguro para o bebê. Não há problema”, explica Chencinski.
Entre as causas de sangramento nos seios durante a amamentação podem estar uma pega incorreta do bebê - quando o pequeno não encaixa os lábios na auréola de forma adequada, o que pode provocar fissuras – e bebês com a língua presa, o que também prejudica a amamentação correta.
Outras colorações possíveis e inofensivas para o leite materno, de acordo com Chencinski são: laranja (geralmente quando a mãe consome muitos alimentos com caroteno como abóbora e cenoura), azulada (pode acontecer no começo da mamada, quando o leite tem menos gordura), esverdeada (devido ao consumo materno de algas, ou vegetais como o espinafre) e marrom (comum nos primeiros dias de amamentação quando os dutos ainda estão se adaptando à produção de leite, o que pode provocar pequenos sangramentos internos e dar tonalidade enferrujada ao líquido).
Outra alteração comum é o leite materno adquirir um tom mais amarelado quando a criança está doente o que, de acordo com pesquisadores, pode estar associado a presença de anticorpos específicos para ajudar o bebê a combater a infecção. Um estudo da universidade de Harvard indica que a saliva da criança interagindo com o mamilo materno transmite ao corpo da mãe uma mensagem sobre quais anticorpos específicos ela precisa produzir em maior quantidade, mas ainda são necessárias pesquisas com amostras maiores para comprovar a descoberta.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545