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Aos prantos, Camila Monteiro diz que sofreu ataques por não conseguir amamentar os filhos gêmeos: "Ninguém sabe o que eu passei"

Do site da Crescer

A influenciadora deu à luz gêmeos em novembro e relatou as dificuldades que tem enfrentado na amamentação dos pequenos Noah e Aurora

por Crescer Online

11/01/2022

Após dar à luz a gêmeos, em novembro, Camila Monteiro usou suas redes sociais para desabafar sobre as críticas que vem recebendo por não conseguir amamentar seus bebês, Noah e Aurora: "Ninguém sabe o que eu passei tentando amamentar e o que eu tento até hoje", disse a influenciadora aos prantos em uma série de Stories em seu perfil no Instagram. 

Ela contou que o bico dos seios ficou rachado e sangrou, o que acabou dificultando a amamentação. Durante a internação dos bebês, Camila também precisou extrair leite por um mês. Além dos machucados, ela revelou que fez uma cirurgia de redução de mama há seis anos, o que também acabou impactando no aleitamento materno. "Tirei mais de um quilo de cada mama, porque eu vivia assada, vivia com mau cheiro, tinha dor de coluna", declarou. A influenciadora ainda enfatizou que, mesmo passando por essa situação, ela tentou fazer de tudo para amamentar os gêmeos e não teve sucesso.

Em vez de ter apoio de seus seguidores, Camila recebeu uma série de críticas por dar mamadeira para os filhos: "Vocês são cruéis, vocês são ruins!", desabafou. A influencer ressaltou, ainda, que o contexto de cada mãe é diferente e nem todas conseguem dar de mamar. "Todo dia eu tento amamentar meus filhos. E todo dia é uma sucessão de fracassos", lamentou.

Camila também disse que já tentou buscar ajuda com outros profissionais, como consultoras de amamentação, fonoaudiólogas e pediatras, porém, ainda continua enfrentando problemas. "Não é o método, simplesmente não vai. O máximo que eu consigo são 10 ml". Nos Stories, ela pediu para as pessoas pararem de romantizar a maternidade.

Dificuldades na amamentação - Dor

Amamentar pode doer, sim. E por vários motivos, que vão dos bicos rachados aos seios muito cheios… O ingurgitamento mamário, que é o acúmulo de leite nas mamas, acontece, normalmente, na época da apojadura — que é a descida do leite — pode até evoluir para uma mastite. A pega adequada é o segredo do sucesso. Para a pega correta, o ideal é que o bebê tenha a boca bem aberta e que o mamilo seja direcionado em direção ao céu da boca dele. A criança deve ser incentivada a pegar mais a parte de baixo da aréola do que a de cima. Isso, associado a um bom fluxo de leite, proporciona  que o bebê faça sucções efetivas, ou seja, que ele consiga retirar uma quantidade de leite adequada. A mamada também se torna mais confortável. O bebê abocanhar penas o bico do seio é outra causa de sofrimento comum. “Quando ele não pega a aréola corretamente a mãe pode sentir dor nos mamilos. Ao mesmo tempo, se ele não consegue sugar bem, vai permanecer sugando por um longo período, agravando a dor”, explica a enfermeira obstétrica e consultora de amamentação Sílvia Briani, do Coletivo Nascer (SP).

Mas e quando os seios estão rachados e doloridos, o que fazer? A principal atitude quando as mamas ficam feridas é avaliar o motivo que levou isso a acontecer e ajustar a pega o mais rápido possível. “Pomadas são contraindicadas de maneira geral pois seu uso pode levar à obstrução de ductos e sensibilidade maior na região do complexo mamilo areolar”, adverte Tatiana Vargas, fonoaudióloga e diretora fundadora da Mame Bem Assistência e Treinamento Profissional (MG). “Atualmente utilizamos o laser de baixa potência para otimizar o processo cicatricial. É uma ferramenta nova, mas promissora, e com evidências científicas que apontam seu benefícios”.

Dificuldades na amamentação - Pouco leite

“A sensação de pouco leite é a principal causa de desmame precoce no mundo”, segundo Sílvia. Muitas mulheres ouvem que devem ter pouco leite ou que o leite é fraco, quando o bebê não para de chorar.  

Há algumas situações específicas em que a produção insuficiente de leite pode acontecer, como, por exemplo, a hipoplasia mamária, que é uma condição anatômica, vinda de uma malformação congênita em que a mama não conseguiu se desenvolver adequadamente ou a cirurgia de mamoplastia redutora, quando há remoção de tecido mamário, que impacta diretamente na capacidade de produção de leite. No entanto, não existe leite fraco. O que pode acontecer é um desequilíbrio causado quando o bebê não suga adequadamente ou quando a livre demanda não é respeitada, ou seja, quando se impõem restrições de horários para as mamadas, ou mesmo quando há o uso de bicos artificiais.

Isso também pode acontecer quando a pega não está sendo efetiva, o que influencia na retirada de leite pela sucção do bebê — que é o “comando” direto para que o organismo materno produza o leite, de acordo com a demanda. Por isso, o uso de bicos artificiais para bebês que estão em aleitamento materno exclusivo não é indicado. A dica é respeitar a livre demanda e ficar em posições confortáveis, assegurando-se de que o bebê também esteja em uma posição que possibilite uma pega adequada, com sucção efetiva, ou seja, com a boca bem aberta, mamilo direcionado ao céu da boca, as mãos da mãe apoiando a mama longe da região da aréola para que não fique disponível apenas o bico para o bebê. “É importante observar também se o bebê está realmente fazendo movimentos de deglutição. Além disso, o descanso materno é fundamental para a regulação e atuação dos hormônios envolvidos na amamentação”, lembra a enfermeira.

Silicone e redução de mama impedem o aleitamento?

O pediatra Moises Chencinski, membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e colunista da CRESCER alerta que, em relação ao silicone, há a possibilidade de atrapalhar a produção e a saída do leite, já que as glândulas mamárias podem ficar comprimidas. Após a cirurgia de redução de mama, também é possível haver uma queda na produção. No entanto, nenhum dos casos impede, de fato, a amamentação, sendo necessário avaliar a situação de cada mãe. 

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545