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Leite materno e vacina formam a melhor combinação para aumentar a imunidade das crianças

Do site da Crescer

Um estudo recente indica que quanto maior a duração do aleitamento materno exclusivo, maior a proteção contra a asma infantil. Veja outros benefícios da amamentação associada à imunização para a saúde dos pequenos

por Dr. Moises Chencinski - colunista

27/05/2022

Quem mama mais, chia menos.

Esse é o resultado de um estudo recente publicado no Annals of Allergy, Asthma & Immunology que investigou a associação entre duração do aleitamento materno e asma infantil.

Foram analisadas as relações de duração de qualquer aleitamento materno e aleitamento materno exclusivo em 2.021 duplas de mães e bebês e a incidência de asma nessas crianças entre 4 e 6 anos de idade.

Para entender melhor o que foi analisado, as pesquisas incluíram o diagnóstico de asma dividido em 4 grupos de crianças:
- Sibilos atuais (presença de "chiado no peito" nos últimos 12 meses).
- Alguma crise de asma.
- Asma atual (ter 2 ou mais crises de sibilos atuais e uso de medicação para chiado nos últimos 12-24 meses).
- Asma atual estrita (asma frequente com sibilos atuais e/ou uso de medicação nos últimos 12-24 meses).

Os pesquisadores concluíram que quanto maior a duração do aleitamento materno exclusivo, maior a proteção contra asma infantil em qualquer um dos grupos.

Essa ação protetora do aleitamento se junta a muitas outras já analisadas, comprovadas em estudos nas últimas décadas, para mães e bebês e publicadas aqui na nossa coluna, como diabetes tipos 1 e 2, câncer de mama, passagem de anticorpos para os bebês, inclusive pela vacinação materna, além dos já conhecidos e divulgados números, com dados 20.000 mortes a menos de mães, 823.000 mortes amenos de crianças até 5 anos de idade e uma economia mundial de mais de 300 bilhões de dólares por ano.

Estamos na época de outono / inverno, quando os quadros respiratórios aparecem e causam sofrimentos nas crianças e nas famílias. O sistema imunológico das crianças se completa por volta dos 3 anos de idade.

A pandemia, que nos manteve em casa pelos últimos 2 anos, trouxe uma grande diminuição dessas doenças infantis. Podemos até dizer que foram 2 anos de muita saúde clínica infantil. Mas, também, não houve o “desafio” de seus sistemas imunológicos para produção de anticorpos mais gerais, que eram conseguidos através de contatos com outras crianças e adultos em festas infantis, passeios em grupo, berçários e escolas.

Resultado?

Agora, com a volta às aulas e às “atividades normais” das crianças, estamos vivendo um grande aumento de quadros respiratórios, com consultórios e prontos-socorros lotados novamente, das mais variadas causas (ainda temos COVID sim).

O que podemos fazer? Como aumentar a imunidade dessas crianças?

Voltamos à nossa programação habitual.
ALEITAMENTO MATERNO e VACINAÇÃO.

O leite materno continua sendo o maior fator de proteção para lactentes, através de seus componentes próprios e dos anticorpos maternos transmitidos também pela vacinação.

E a vacinação, que continua sendo grande arma de defesa, muito que infelizmente em queda, precisa ser estimulada, tanto nas crianças como nos adultos, em especial nas mães que amamentam (lactantes).

Se for seu desejo e se for possível, AMAMENTE.
Desde a sala de parto até os 2 anos de idade ou mais, de forma exclusiva até o 6º mês. Se tiver dificuldades, procure um pediatra (ou outro profissional) habilitado e capacitado em saúde materno-infantil.

Por cidadania, por responsabilidade, por proteção dos seus entes queridos, VACINE-SE E VACINE SEUS FILHOS. O Brasil tem, através de seu Programa Nacional de Imunizações, um dos mais completos calendários vacinais públicos do mundo (e viva o SUS). Além dessas, a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Sociedade Brasileira de Imunizações também orientam as vacinas da rede particular, atualizadas a cada ano de acordo com a evolução da ciência, como a nova vacina de Influenza (gripe).

LEITE MATERNO E VACINAS.
Que dupla incrível.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545