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10 dicas para os avós ajudarem na hora da amamentação

Do site da Crescer

Os tempos mudaram, mas os avós... são avós. Sempre foram e sempre serão. E sempre querem o melhor para seus netos e filhos. Por isso, confira dicas sobre como eles podem contribuir para o sucesso do aleitamento materno

por Dr. Moises Chencinski - colunista

27/06/2022

Ah! No tempo dos nossos avós...

Melhor? Talvez.
Pior? Quem sabe.
Mas, com certeza, diferente.
O mundo mudou.
O meio ambiente se modificou (ou nós o modificamos).
As oportunidades, os desafios, os problemas, as ideias são outras.
O tempo passou.

E se nós estamos confusos nos dias de hoje e se as crianças estão submetidas a estímulos diversos, o tempo todo... Alguém parou para pensar e imaginar como é a vida dos avós hoje em dia? A expectativa de vida deles aumentou. Mas que vida? A que custo?

As informações, que seguiam de geração em geração, passavam de “pai para filho”, hoje em dia vêm em um piscar de olhos, a um toque de dedos, em menos de um segundo. Milhões de informações em menos de 1 segundo.

Mas e a vivência, a experiência, as conquistas, o brilho nos olhos de avós?

Em um vídeo de 2017 publicado no meu canal do YouTube, falo dos avós e para os avós, e os convido a participar das consultas, explicando um pouco sobre diferenças na criação, nutrição e amamentação, desde quando eu me formei (1979) até hoje.

Avós de ontem. Avós de hoje.

Os tempos mudaram, mas os avós... são avós. Sempre foram e sempre serão avós. E sempre querem o melhor para seus netos e filhos (nessa ordem, agora, risos).

Então seguem algumas dicas para os avós, em relação à amamentação:

1. Avós são fundamentais na rede de apoio de uma mãe. Seu acolhimento na decisão da mãe de amamentar ou não, independentemente de sua própria experiência, quer tenha dado certo ou não, é muito importante.

2. Não se sintam mal (ou excluídos, ou contrariados) se alguma decisão da mãe não for a que vocês tomariam. Com a evolução da ciência, as informações chegam através de profissionais que acompanham (ou, pelo menos, deveriam acompanhar) os novos estudos e as mais recentes descobertas a respeito da amamentação (sim, ainda tem novidades sobre o leite materno).

3. A pandemia afastou os avós (grupos de risco em relação à covid-19) de gestantes e lactantes (outro grupo de risco). Enquanto o contato presencial não foi possível, o telefone, o WhatsApp e a internet puderam trazer essa proximidade dentro da realidade do momento. O uso da tecnologia se fez importante e é até necessário que os avós se adequem a mais essa novidade em sua comunicação. E não precisam parar.

4. Agora que todos já devem estar vacinados (adultos e idosos com a 3ª a caminho da 4ª dose, gestantes e lactantes), a volta ao contato presencial traz a possibilidade do apoio, da experiência das avós em relação à amamentação. Vale lembrar que quase todas as mulheres podem amamentar, mas, principalmente nas primeiras semanas, pode ser um desafio e uma busca constante de informações e de profissionais de saúde materno-infantil atualizados e sem conflitos de interesse.

5. Muitas e muitas vezes o “como” dizer é mais importante do que “o que” dizer. Habilidades de comunicação e aconselhamento (escuta ativa, empatia, sem julgamentos), que não é igual a dar conselhos. A forma de falar pode fazer toda a diferença. E escutar, de verdade, é a base da real comunicação. Avós têm maturidade e vivência para entender e praticar essa não tão nova, mas pouco conhecida e utilizada forma de comunicação.

6. Conhecer sobre as técnicas de amamentação não é para todos. Hoje se fala muito mais sobre pega e posição, sobre fissuras, sangramentos e infecções na mama, sobre freio de língua, e se associa o manejo adequado desses desafios a uma amamentação sem dor. Livre-demanda (sem definir intervalos, tempo de duração da mamada) é um grande caminho para os desafios do aleitamento materno. Tempo é um aliado. E de tempo... avós entendem.

7. Mamadeira, chupeta, intermediários (bicos) e fórmulas infantis não são solução ou apoio para a amamentação. Ao contrário, são os maiores fatores para o chamado desmame precoce (abaixo dos 3 meses de idade). Evitem essa “dica”. Uma indicação dessas, vinda de uma avó, muitas vezes a maior ou a única referência da mãe (filha ou nora), pode definir o final dos sonhos de quem deseja amamentar. Em caso de problemas, um profissional de saúde materno-infantil capacitado deverá ser consultado.

8. Troca de fraldas, banho, colo, ajudar a arrotar, passeios, cantar, contar histórias podem reforçar o vínculo de avós e netos, ao mesmo tempo que dá às mães tempo para descansar, tomar um banho, fazer uma atividade física, ficar sozinha, meditar, fazer tudo ou fazer nada... de acordo com o que for preciso nesses momentos.

9. As consideradas “tarefas da casa” para os pais são quase especialidade dos avós, especialmente para que a lactante possa se sentir cuidada, para que ela possa cuidar do bebê. Preparar uma refeição (ou muitas), arrumar a casa, lavar louça ou roupa, podem ser atividades oferecidas pelos avós e que, na imensa maioria das vezes, serão bem recebidas pelos pais do seu neto. Mesmo assim, ofereça essa ajuda sem impor.

10. Nem todos os pais são iguais. Nem todos os avós são iguais. São novos papéis que aparecem com o tempo. Cada um terá sua história e a viverá dentro das suas possibilidades. Sem cobranças. Sem perfeição. O possível já é bom demais.

 

E que Deus abençoe a “avozidade” e seus representantes.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545