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Segundo pesquisa feita pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), cerca de 22% dos bebês nascidos depois de 2020 apresentam sinais de atraso no desenvolvimento
por CRESCER ONLINE - Redação
13/07/2022
Bebês nascidos de 2020 para cá podem estar "ficando para trás" quando o assunto é desenvolvimento. Desde o começo da pandemia, cientistas têm pesquisado o impacto que o coronavírus e o isolamento social causaram na vida das crianças. E, desta vez, um estudo brasileiro, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), confirmou a angústia de muitas famílias: os bebês nascidos durante a pandemia podem, sim, estar demorando mais do que o esperado para atingir marcos do desenvolvimento, como engatinhar, andar, falar...
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores acompanharam 560 bebês nas cidades de Uberlândia, Ipatinga, Contagem, Nova Lima e Itabirito. Eles observaram quais participantes tinham anticorpos contra a covid-19 e como se saíam em testes de desenvolvimento. Os resultados mostraram que cerca de 22% dos bebês, independentemente de terem os anticorpos contra o vírus ou não, apresentaram alguma suspeita de atraso de desenvolvimento.
Segundo Vivian Azevedo, professora do curso de Fisioterapia da UFU e responsável pela coleta de dados em Uberlândia, o fato de as crianças terem ou não contato com o vírus não tem nada a ver com possíveis atrasos. O ambiente familiar e a rotina da família são os fatores que realmente contribuíram para esse resultado. Os índices de uso abusivo de álcool e drogas (32%), insegurança alimentar (29%) e depressão materna (16%), por exemplo, foram maiores quando comparados com estudos pré-pandêmicos.
“Através do SWYC, que é um questionário de triagem realizado pelo telefone, percebemos que cerca de 52% dos bebês apresentavam suspeita de algum tipo de problema de comportamento, como irritabilidade e inflexibilidade”, conta.
Para contornar a situação
Desconfia de que seu filho possa estar demorando mais do que o esperado para atingir alguns marcos do desenvolvimento? Segundo Moises Chencinski, colunista da CRESCER e presidente do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), o melhor a se fazer é buscar o auxílio dos pediatras e da escola. "Busque tipos diferentes de atividades, jogos que simulem situações. Também não deixe de conversar com o seu filho sobre o tempo que você necessita para o trabalho e, se estiverem todos bem, saiam para parques e locais abertos sem aglomerações, usando máscaras. Isso é fundamental", orientou.
A psicóloga perinatal e de parentalidade Meyre Laias também concorda que o estímulo é essencial para "correr atrás do prejuízo". "Estimule a criança ao máximo, inserindo, com cautela, ao ambiente externo. Faça com que ela interaja com esse ambiente. Idas aos parques, brincadeiras ao ar livre e sem muito 'peso' do medo de 'não encostar em nada'. Ensine a criança a se cuidar de forma leve, brincando", finaliza.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545