Do sire da Crescer
Jornalista relatou as dores e delícias que tem vivido na jornada para amamentar o filho, ressaltando a importância de não julgar as mulheres que não conseguiram (ou puderam) seguir com o aleitamento materno
por CRESCER ONLINE - Redação
11/08/2022
Amamentar não é instintivo, simples e fácil como muito se disseminou ao longo dos anos. Como bem ressaltou o pediatra Moises Chenciski em uma de suas colunas para a CRESCER, amamentar é um direito, não uma obrigação. “Ninguém é mais mãe ou menos mãe, ama mais ou ama menos seu filho, por conta do tipo de parto, do tipo de aleitamento. Amamentar não merece julgamento, não deve gerar desconfiança, não é uma seita, não pode trazer desconforto e não deve doer”, disse o especialista. E foi seguindo esse mesmo pensamento que a jornalista Mariah Maddox falou sobre sua experiência na amamentação.
Em um depoimento ao site Motherly, ela destacou a importância do Agosto Dourado e explicou por que, para ela, o mês de conscientização sobre o aleitamento materno tem sido motivo para celebrar, apesar das dificuldades que enfrentou em sua jornada para alimentar o filho com o próprio leite: “Estou comemorando porque estamos completando 14 meses, e nem todos foram fortes. Muitos deles têm sido exaustivos, esmagadores e cheios de derrotas”. E acrescentou: “Na minha comemoração, quero que saibam que não estou tentando menosprezar outra mãe. Não estou tentando fazer nenhuma mãe sentir tristeza por sua experiência pessoal de amamentação – ou pela falta dela”.
Leia o depoimento na íntegra:
"Agosto é o mês mundial do aleitamento materno e estou comemorando minha jornada de amamentação um pouco mais abertamente durante essas semanas. Minha celebração deriva, em grande parte, da lembrança de quão longe eu e meu filho chegamos neste processo, mas entendo que o tema de como as mães alimentam seus bebês é sensível.
Muitas mulheres não são adequadamente apoiadas em suas jornadas de amamentação. Algumas mães não podem amamentar – enquanto outras simplesmente não querem. E amamentar por si só é muito difícil. Então, quero deixar claro que minha celebração neste mês de conscientização sobre a amamentação não é para envergonhar as mães que oferecem fórmula – ou mães que escolheram uma rota alternativa.
Já é difícil lidar com isso por si só. A última coisa de que precisamos é que as mães se envergonhem pelas decisões que tomam em relação às suas famílias e seus filhos. Na minha comemoração, quero que saibam que não estou tentando menosprezar outra mãe. Não estou tentando fazer nenhuma mãe sentir tristeza por sua experiência pessoal de amamentação – ou pela falta dela.
Estou comemorando porque amamentar significa muito para mim pessoalmente.
Estou comemorando porque meu filho e eu passamos por muita coisa nessa jornada. Tivemos um começo difícil. Eu não estava preparada para as batalhas que o aleitamento materno traria. Eu me senti derrotada quando ele parecia não conseguir pegar [o peito] depois que saímos do hospital – e foi uma transição difícil até eu me acostumar com ele ficando preso a mim por incontáveis horas todos os dias.
Estou comemorando porque estamos completando 14 meses, e nem todos foram fortes. Muitos deles têm sido exaustivos, esmagadores e cheios de derrotas.
Estou comemorando porque experimentamos muitos altos e baixos. Mas cada momento nos aproximou. Cada momento construiu o vínculo entre mãe e filho.
Estou comemorando porque esta é a melhor decisão que eu poderia ter feito para mim e meu filho, mas honro e respeito as decisões que outras mães tomaram para si e para seus filhos.
Estou comemorando porque meu amor por amamentar meu bebê está crescendo constantemente à medida que continuamos nossa jornada. É o nosso vínculo, algo que podemos chamar de nosso.
É a minha revelação de que a maternidade é difícil e bonita. Suave e íntima. Pode te consumir e ser profunda.
Então, durante este mês, e todos os dias desta jornada, estou comemorando. Não para fazer as mães que escolheram um caminho diferente se sentirem envergonhadas ou derrotadas. Não para empurrar a agenda de que “o peito é melhor”. Não para jogar fora meus conselhos não solicitados sobre a conscientização da amamentação. Não para fazer qualquer outra mãe se sentir inferior ou inadequada. Porque sei que, como mães, tomamos decisões que são as melhores para nossa família e para nossos filhos. E, às vezes, essas decisões não se parecem. E tudo bem!
Estou comemorando o mês mundial da amamentação porque esses momentos não vão durar para sempre. Meu filho está começando a precisar de mim cada vez menos, pois sua nutrição é fornecida por muitas outras fontes. E é agridoce.
Estou comemorando porque esta é a nossa jornada, nossa história. E isso me completa!
Estou comemorando porque houve muitos momentos em que estive perto de desistir, mas de alguma forma conseguimos encontrar um ritmo. E, por mais esmagador que tenha sido chegar aonde estamos agora, nosso vínculo atual é lindo - e eu não o trocaria por nada no mundo. Porque essa conexão é o meu mundo."
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545