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Com tantas novidades já nos primeiros dias de 2023, o pediatra Moises Chencinski reflete sobre a necessidade de se encarar o ano, os acontecimentos e a própria amamentação com leveza; entenda
por Dr. Moises Chencinski - colunista
05/01/2023
Ufa.
Passamos o dia 31 de dezembro de 2.022.
Entramos em 2.023.
E já com tantos acontecimentos, tantas novidades nos primeiros dias do ano.
“São só dois lados da mesma viagem
O trem que chega é o mesmo trem da partida
A hora do encontro é também despedida.”
Milton (mil tons, seus sons e seus dons geniais) Nascimento
Seguindo nessa linha, escrevi em 2.022:
"Nada começou em 2022 e vai simplesmente acabar em 2023. Para ser sincero, acho que nem o ano de 2022 acaba em 2022".
Não chegamos ao final da primeira semana de 2.023 e o tempo não parou.
O tempo não para.
Fatos
1-Pelé morreu
Morreu em 2.022, aos 82 anos, foi velado por 24 horas no centro do campo, que foi, muitas vezes o centro das atenções do mundo esportivo, o maior atleta e um dos maiores representantes do povo brasileiro no mundo, e foi enterrado em 2.023.
Mais de 230 mil pessoas passaram pelo gramado da Vila Belmiro para compartilhar emoções. Gente de Santos (que tem 500 mil habitantes), do estado de São Paulo, do Brasil, de fora do Brasil, imprensa mundial, políticos, artistas, torcedores e jogadores do Santos e de outros times, estiveram a 5 metros do Rei para um último olhar.
E do dia 2 ao dia 3 de janeiro, quem assistiu, quem já tinha ouvido falar, quem até nem gosta do esporte, conheceu, através da mídia, das TVs, de depoimentos de gente de todas as áreas, do povo, quem foi o Rei do Futebol.
Como explicar estarmos tristes, orgulhosos e até felizes ao mesmo tempo?
Lembrança do sorriso do Pelé, de sua arte.
Fica a leveza e a vida eterna do astro-rei.
2-Lula presidente
Eleito em 30 de outubro de 2.022. Empossado no dia 1º de janeiro de 2.023.
No dia 3 de janeiro, voou até Santos para se despedir de Pelé, do Rei do Futebol, “algoz” do time pelo qual torce (Corinthians).
Uma eleição polêmica, com certeza uma das mais representativas (se não a mais) que eu presenciei, com toques até “novelescos”, que dividiu famílias, que dividiu um país. Um período que começou em 2.018 e prosseguiu por 4 anos até 2.022. Uma era que questionou a ciência, a humanidade, a segurança, a união e que gera agora novos e imensos desafios.
A posse do novo governo eleito, em um pleito justo e democrático, emocionou o país, causou comoção em milhões de brasileiros, com a presença e participação do povo, imprensa nacional e internacional, políticos nacionais e internacionais, com propostas de mudanças importantes, com um tom diferente.
Uma das principais missões, a partir de agora, será restabelecer a união desse país-continente. Que seja mesmo, como foi divulgado, um governo para todos. Isso não quer dizer que vai agradar a todos ou que beneficiará todos. A proposta é a equidade.
Esse longo caminho começa por uma demonstração real de mudanças, com a posse de 11 mulheres, ministras*, entre os 37 ministérios que comporão esse governo. Não me lembro de nada semelhante.
Democracia para sempre. Com leveza.
Segundo o horóscopo chinês, entramos agora no ano do Coelho, o 4º signo.
Entre suas características, destacam-se a paz, tranquilidade, equilíbrio, tolerância, a bondade e a leveza.
E, após um período pesado, difícil, sofrido, essa leveza é a nossa expectativa para “a partir de 2.023”.
Mas que não se confunda leveza com fraqueza.
A leveza demonstra grandeza, certeza, simplicidade, força.
E que estejam cientes que grandeza não é mania.
E que se entenda que certeza não é arrogância.
E que fique claro que simplicidade não é facilidade.
E que se saiba que força não é violência.
Quem não se lembra de “um lugar pra cada coisa e cada coisa no seu lugar”?
Então. É quase sobre isso. É isso, com o mesmo foco, o mesmo “esperançar” de Paulo Freire. Aquele que é de “levar adiante”, de “juntar-se com outros para fazer de outro modo...”
A questão não é de gênero, de raça, de cor, de poder econômico, de classe social, de orientação sexual, de estado civil. A questão pode ser de lugar de fala.
E a amamentação...
Leveza.
Amamentar não é simples, não é fácil e está deixando de ser natural.
A “humãenidade” amamenta desde sempre.
E não fosse assim... como teria sido?
Teríamos sobrevivido? A que custo ou às custas de quê?
Amamentar é um direito de mãe e de bebê.
Nossa missão, de todos nós que estamos ao lado de uma mãe, é informar, proteger, promover e apoiar para que ela decida, sem nenhum peso, nenhuma pressão, nenhum julgamento, se ela quer ou não exercer esse direito.
E essa decisão cabe apenas e exclusivamente a cada mãe, com sua grandeza, sua certeza, sua simplicidade e sua força.
Que a partir de 2.023, seja decretada a leveza na vida de cada bebê, de cada mãe, de cada família, de cada cidade, estado, cada setor da sociedade, do governo, com responsabilidade de cada um de nós e de todos nós.
Só assim, com leveza, poderemos esperançar um feliz “a partir de 2.023”.
Até sempre.
* Elas fazem parte do começo do nosso esperançar.
1- Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação: Luciana Santos.
2- Ministério da Cultura: Margareth Menezes.
3- Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos: Esther Dweck.
4- Ministério da Igualdade Racial: Anielle Franco.
5- Ministério da Saúde: Nísia Trindade.
6- Ministério das Mulheres: Cida Gonçalves.
7- Ministério do Esporte: Ana Moser.
8- Ministério do Meio Ambiente: Marina Silva.
9- Ministério do Planejamento: Simone Tebet.
10- Ministério do Turismo: Daniela Souza Carneiro.
11- Ministério dos Povos Originários - Sonia Guajajara.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545