Do site da Crescer
A mexicana Arizbeth Ambrosio trabalha como policial na Cidade do México e, na última semana, foi enviada a Acapulco para uma missão, depois de a região ser destruída pelo furacão Otis
por Crescer online
01/11/2023
Desde a última quarta-feira (25), o México enfrenta momentos difíceis. Um furacão passou pelo país, deixando mortes e um rastro de destruição na região litorânea de Acapulco. Em meio às tentativas de reparar as perdas, uma notícia viralizou e acalentou o coração da população.
A policial Arizbeth Ambrosio ajudou a alimentar um bebê desalojado por causa da passagem da tormenta. Ela trabalha na Cidade do México, mas estava em uma missão em Acapulco, justamente para ajudar a controlar a situação após o furacão. Mãe de um bebê de 1 ano e 7 meses, não pensou duas vezes ao oferecer o próprio peito para que um menino de apenas 4 meses pudesse mamar.
"Eu estava conversando com umas pessoas quando escutei o choro do menino, mas não era um choro normal. Isso fez com que eu fosse até lá perguntar se estava tudo bem. Eu disse que estava amamentando também e que, se me permitissem, é claro, eu poderia dar um pouco de leite", contou em entrevista para o Grupo Fórmula. "Eu amamentei, terminei, devolvi o bebê para a senhora, coloquei meu uniforme de novo e voltei ao trabalho", lembrou.
O bebê estava sem comer há mais de 24 horas e chorava porque estava com fome, segundo uma familiar, identificada como Elvira. "Eu fiquei mais tranquila quando vi que o bebê estava bem. O objetivo é fazer nosso trabalho. São sentimentos muito bonitos", finalizou a policial.
Amamentação cruzada: Pode amamentar o filho de outra pessoa?
Quando uma mulher amamenta um filho que não é seu, chamamos de amamentação cruzada. O último Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI) mostrou que, no Brasil, essa ainda é uma prática bastante comum: mais de 21% das mães dizem que já amamentaram o bebê de outra pessoa ou permitiram que seu filho fosse amamentado por uma outra mulher.
Acontece que esses números não deveriam ser comemorados. O Ministério da Saúde, inclusive, desde a década de 90, é contra esse tipo de prática e não a recomenda. Isso porque o aleitamento pode ser uma forma de transmitir para o bebê doenças infectocontagiosas, como hepatite e HIV/AIDS.
"Por mais que o leite materno seja o padrão-ouro da alimentação infantil, por mais que possa ser considerado um ato de solidariedade e representar um ato de amor, a amamentação cruzada pode trazer riscos para a saúde e para a vida de um bebê", explica o pediatra Moises Chencinski, membro do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e colunista da CRESCER.
Caso tenha vontade em ajudar um bebê que precisa ser alimentado, o melhor (e mais seguro) a se fazer é procurar um banco de leite materno e fazer uma doação. "Existem orientações rígidas nesse sentido (RDC nº 171), para que não haja nenhum risco na doação", finaliza.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545