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Como saber se o leite materno está sustentando o bebê?

Do site da Crescer

Confira quais são os principais sinais para identificar se seu filho está se alimentando adequadamente

Por Luísa de Castro

28/04/2024

amamentação é um momento de conexão com o bebê, mas também de desafios e dúvidas. Não é raro encontrar por aí alguma mãe aflita, pensando que seu leite pode não estar sustentando o seu filho. No entanto, é preciso ter calma! O aleitamento é uma jornada de muitas adaptações e descobertas. Dessa forma, nesse período tão desafiador, o primeiro passo é entender que não existe leite fraco.

Segundo o pediatra Moises Chencinski, colunista da CRESCER e coordenador do livro Aleitamento Materno na Era Moderna. Vencendo Desafios, da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), o leite materno é o padrão-ouro da alimentação infantil, de melhor digestão, facilitando o esvaziamento do estômago da criança. "No primeiro dia de vida, cabem 5 ml de leite por mamada no estômago do bebê, até chegar a 240 ml por volta dos seis meses de vida. Assim, um lactente até três meses - levando em conta seu crescimento mais rápido e o aumento do volume de seu estômago - pode pedir para mamar mais vezes e isso não deve ser confundido nem com “pouco leite” e nem com fome", enfatiza o especialista.

Outra maneira de se certificar se está tudo correndo bem com o desenvolvimento do seu filho, é manter as consultas do pediatra em dia. "Por meio de uma avaliação minuciosa, o médico poderá identificar, precocemente, características do crescimento e do desenvolvimento do bebê e orientar condutas para proteger, apoiar e promover a amamentação, oferecendo, assim, as melhores condições para que o aleitamento materno se mantenha exclusivo até o sexto mês, quando deve acontecer a introdução alimentar", diz Chencinski. Vale lembrar que a amamentação é indicada até 2 anos ou mais.


Quais são os sinais de que o bebê está com dificuldade para mamar?

Quando um bebê está com dificuldade para se alimentar, um dos principais indicadores é o peso. De acordo com a pediatra e neonatologista Cecília Gama Tartarios, nos primeiros seis meses, o lactente pode ganhar de 600g a 1 kg por mês; e a partir desse período, um pouco menos, entre 400 e 700 g por mês. Vale lembrar que essa é apenas uma média, uma vez que cada criança é única. No entanto, caso o recém-nascido esteja ganhando pouco peso, é importante passar por uma avaliação com um profissional.

Ao longo do tempo, o leite materno se adapta às necessidades da criança, oferecendo anticorpos, nutrientes, proteínas e muitos elementos essenciais para o desenvolvimento dos pequenos. Dessa forma, a livre demanda é um modo de garantir que o bebê irá receber a quantidade de alimento necessária em cada fase da sua vida.

Além do choro, como saber se o bebê está com fome?

O choro é um dos principais indicativos de fome, mas não é único! Quando está dormindo, a criança já pode manifestar alguns sinais precoces, como, por exemplo, se mexer, abrir a boca e virar a cabeça, como se estivesse procurando o seio da mãe. Ainda há os sinais intermediários, apresentados quando o pequeno se estica, se mexe mais e coloca a mão na boca e suga. Por fim, o bebê chora e fica mais agitado, podendo apresentar vermelhidão. "Nessa fase, o lactente, mesmo com fome, pode não aceitar mamar imediatamente e acalmá-lo vem antes de amamentá-lo", orienta Moises Chencinski.

Como saber se o bebê está satisfeito com a mamada?

Quando está satisfeito, o bebê para de mamar e recusa os dois seios, fechando a boca e virando seu rosto ou seu corpo de lado. "Além disso, quando saciado, ele pode se desinteressar da mamada e estar mais atento a tudo o que acontece ao seu redor, se distraindo, olhando e tentando se comunicar com quem está próximo. Com certeza, estamos nos referindo a lactentes até seis meses e em relação ao leite humano", complementa o especialista.

As fraldas também podem ser um parâmetro importante para avaliar o bebê está mamando o suficiente. Ao mamar de forma satisfatória, ele molha de 5 a 6 fraldas ao dia, porém, as evacuações são bem relativas. "O mais importante é identificar a mudança da rotina e, em caso de dúvida, consultar o pediatra. Um bebê que muda sua rotina, demonstra desconforto, sono agitado, ritmo urinário e intestinal alterado merece uma atenção profissional mais próxima. E o estímulo à amamentação é base fundamental para a manutenção do estado de saúde dos bebês, diz Chencinski.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545