por Dr. Moises Chencinski - colunista
17/12/2024
2.024 está (ufa) em seus últimos dias. Que ano, hein?
Muitos desafios, transformações, muitas expectativas, reflexões.
Posso dizer que foi um dos anos mais estranhos, difíceis, reveladores que eu me lembro de ter passado, com alternâncias constantes (mais do que eu gostaria) entre alegrias e decepções, encontros, despedidas e reencontros, realizações e frustrações, começos, finais e recomeços.
Achei um texto muito interessante da Sandra Caselato (último texto dela na coluna do UOL - ECOA de 22/12/2020. Procurem ela no Google, associada a CNV), que quero compartilhar alguns trechos.
Fim de ciclo: celebrações, lutos e a importância da comunidade
“Revisitando nosso passado, enlutando o que não foi como gostaríamos e celebrando o que nutriu nossas vidas, podemos ressignificá-lo e então agir para transformar o que queremos ver diferente. É somente no presente que podemos fazer algo em relação ao passado, construindo o futuro. Como diz Emicida, "todas as nossas chances de consertar os desencontros do passado moram no agora”.
“Assim, a celebração e o luto são igualmente importantes. São como a inspiração e a expiração, duas partes que, combinadas, constituem uma respiração completa, ambas essenciais para manter a vida”.
"A celebração e o luto, a gratidão e o lamento, são dois lados da mesma moeda. Não é possível sentir um sem sentir o outro. Quando bloqueamos nosso medo, bloqueamos junto nossa coragem. Se não quero sentir minha fragilidade, deixo de sentir também minha força. Se não me conecto com minha impotência, não conheço também meu poder."
E, mesmo com toda energia interna, mesmo com as melhores intenções, mesmo com toda a iniciativa, houve lutos e houve celebrações, não só de pessoas, mas também de vida.
Parte das perdas é extremamente dolorosa. Mas, mesmo essas, quando vivenciadas, trazem em si uma oportunidade de encerrar um ciclo, manter a lembrança e, acima de tudo, mesmo com cicatrizes, recomeçar, com esperança de mais tarde celebrar essa transição.
Então, apesar dos lutos, hoje, aqui, quero cada vez mais reforçar as celebrações. E não tenho forma melhor de fazer isso a não ser nas comunidades das quais participo: família (antes de tudo), amigos, parceiros de batalhas (pessoais e profissionais), os que têm o foco do cuidado com o próximo, em especial de sua raiz, as crianças.
E não teria conseguido chegar até o final desse ano sozinho. Todos foram importantes para que 2.024 tivesse essa trajetória. E eu só posso ser grato, tanto aos que estiveram (e espero que continuem) comigo, me apoiando, me alertando, me estimulando, me protegendo, quanto aos que trouxeram dificuldades, obstáculos, por me fazerem mais forte, mas persistente, mais teimoso (agora aguenta kkkk) e até provocaram mudanças nesse percurso e me mostraram que há sempre uma nova possibilidade para seguir e alcançar objetivos.
Trazendo mais uma parte do texto da Sandra (que gosta muito do Emicida kkkk - eu também):
“Sempre me surpreendo com a potência das práticas coletivas, que nos ajudam a perceber que não estamos sozinhos. Como diz Emicida, "a vida só faz sentido quando a gente se relaciona, quando a gente se encontra". É em grupo que conseguimos resgatar a esperança ativa, que a dimensão comunitária nos traz, unindo forças e criando parcerias para construir o mundo no qual sonhamos viver. Juntos somos mais fortes!"
Se a análise for fria e calculista, 1º de janeiro é só mais um dia do ano que segue o dia 31 de dezembro. E todos os anos é assim. Mas esse é mais um dos rituais de passagem em que podemos fazer uma “faxina”, ou se quiser ser “menos chão”, repaginar e planejar para esses próximos 365 dias, mas com visão mais ampla, para o futuro.
Se 2.024 foi um ano custoso, seguindo a linhagem dos anteriores, especialmente após a pandemia, 2.025, o novo ano, começará com esperança desconfiada.
“Em todas as lágrimas há uma esperança”.
Simone de Beauvoir
“Todo luto pode ser o ponto de partida para uma futura celebração”.
Moises Chencinski (rsrsrs)
Se você achou esse texto confuso, um pouco desconexo, sem problemas. Assim foi 2.024. Uma loucura. Mas, que fique a certeza de que tudo foi escrito com o coração.
“E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.”
Metades – Oswaldo Montenegro
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545