Do site JorNow
O corpo na pós-gravidez é um tema quente na mídia. Sempre foi... Especialmente entre as mulheres... E desde o "Projeto Corpos no 4 º Trimestre", criado pela fotógrafa e mãe, Ashlee Wells Jackson, se tornou um viral, a discussão sobre o tema está em altas temperaturas.
por Márcia Wirth
22/04/2014
É que o discurso de Ashlee e das participantes de seu projeto fotográfico faz uma oposição direta ao discurso vazio das celebridades que emagrecem “instantaneamente”, logo após o parto. Afinal, todo mundo tem uma opinião sobre como as mães devem ou não perder peso, o quão rápido ou lento deve ser esse processo e até mesmo se ele deve ser compartilhado ou não nas redes sociais.
Segundo as adeptas do "Projeto Corpos no 4 º Trimestre", emagrecer após o parto é uma decisão feminina e deve ser feita de maneira saudável, atendendo às necessidades da mulher e do bebê. Se isso significa um processo lento ou mais rápido, é uma decisão pertinente a cada mulher. Nem por isso a mulher deve deixar de lado a beleza desse momento e nem deve se sentir incomodada ao se deixar fotografar durante esse período. Tanto é que o projeto inicial era registrar 100 mulheres em Chicago, mas com a Internet, a ideia já ganhou o mundo e milhares de mulheres já expuseram seus corpos, nesse momento de suas vidas, no site do projeto.
Conversamos com o pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349) sobre a ideia. O médico, um defensor do aleitamento materno e membro do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo, disse que o projeto é um ótimo exemplo do empoderamento feminino. “O delicado registro dos corpos femininos no período pós-gravidez é muito positivo para desmistificar essa fase da maternidade. As fotos que destacam as mulheres comuns e sua relação com seus corpos e a amamentação são hipnotizantes pela força que passam. É possível ser feliz, independente da boa forma, dos rígidos padrões, quando o principal fica em primeiro plano: o aleitamento materno e a alegria estampada no rosto e no corpo pela chegada do filho”, defende o médico.
Segundo Chencinski, a mulher deve aproveitar as "regalias" que amamentar proporciona ao corpo na pós-gravidez, que ele enumera a seguir:
• Felizmente, para as mães de primeira viagem, o aleitamento materno requer quase 20 calorias para produzir apenas uma gota de leite materno. Dependendo da quantidade que o bebê mama, a mãe pode queimar entre 380-600 calorias por mamada;
• Além disso, a amamentação também ajuda a liberar um hormônio chamado ocitocina, que auxilia o útero a voltar ao tamanho anterior, reduzindo, naturalmente, o perímetro abdominal às medidas pré-gravidez. Esse mesmo hormônio está ligado a um menor risco de depressão pós-parto, o que é um grande bônus!;
• Se a mãe está contando calorias, deve pensar mais na qualidade do que na quantidade. Amamentar exige muito do corpo, por isso é importante consumir alimentos que ajudem no desenvolvimento do bebê, como iogurte, peixe e feijão, que são boas opções de nutrientes e ricos em proteínas. A mãe também não deve se esquecer de beber muita água para se manter hidratada;
• Ter um sistema de apoio sólido também facilita muito o aleitamento materno e a volta à prática dos exercícios físicos. Não importa se o objetivo de amamentação da mulher é de seis meses ou de dois anos, amamentar é o melhor para a mãe e o bebê. Quando se trata do corpo, no pós-gravidez, cabe apenas à mulher decidir quão rápido ou lento esse período será, mantendo o seu próprio bem estar e o do bebê em mente.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545