Do site JorNow
Esse é um tema muito discutido na mídia e nas redes sociais atualmente. Observamos que várias vezes, por diversas razões, mães discutem, pais discordam, pediatras e outros profissionais da saúde argumentam sobre o assunto.
24/05/2014
Assim baseado em estudos recentes, achei interessante a ideia de objetivar essa discussão e elaborei um questionário com 8 perguntas para que cada mãe possa avaliar e concluir, baseada em evidências, sua “eficácia” e sua “capacidade” de exercer a maternidade.
Peço que respondam as perguntas na ordem, não pulem, não se adiantem e não vejam os resultados finais antes das respostas.
Vamos lá? Preparadas?
( a ) Normal.
( b ) Cesariana.
( c ) Cesariana agendada.
( d ) Cesariana (eram gêmeos).
( e ) Fórceps.
( a ) Sim, desde a sala de parto até o 6º mês exclusivo e ainda amamento.
( b ) Sim, desde a sala de parto até o 6º mês exclusivo, mas não amamento mais.
( c ) Sim, por menos de 6 meses.
( d ) Não amamentei por opção.
( e ) Não amamentei porque tive problemas.
( a ) Antes dos 6 meses por insistência da família.
( b ) Antes dos 6 meses por recomendação do pediatra.
( c ) Antes dos 6 meses porque voltei a trabalhar aos 4 meses.
( d ) Antes dos 6 meses porque eu quis.
( e ) Apenas após o 6º mês.
( a ) Parou de trabalhar para ficar com o filho até um ano.
( b ) Vai ficar em casa por 6 meses, com permissão da empresa.
( c ) Vai ficar em casa por 6 meses, entre licença-maternidade e férias.
( d ) Vai voltar ao trabalho aos 4 meses ao final da licença-maternidade.
( e ) Vai voltar ao trabalho antes dos 4 meses.
( a ) Ele dormiu os primeiros 3 meses no quarto com você e depois no quarto dele.
( b ) Ele dorme no quarto dele desde que veio para casa.
( c ) Vocês fazem cama compartilhada.
( d ) Você dorme no quarto dele desde que ele nasceu, em uma cama ao lado.
( e ) Ele dorme na cama com você e o pai no outro quarto.
( a ) Você segue o calendário oficial de vacinas do SUS.
( b ) Você segue o calendário oficial de vacinas do SUS e completa nas clínicas.
( c ) Você segue o calendário oficial das clínicas privadas.
( d ) Você segue o calendário, mas normalmente as vacinas estão atrasadas.
( e ) Você optou por não vacinar, seguindo na Internet os grupos antivacinas.
( a ) Você vai deixar sob cuidados da avó em casa.
( b ) Você vai deixar sob cuidados de babá em casa.
( c ) Você vai colocar em creche meio período e meio período em casa com a avó.
( d ) Você vai colocar em creche / berçário em período integral.
( e ) Você vai colocar em creche logo para que o bebê se acostume.
( a ) Chupeta sim. Mamadeira não.
( b ) Chupeta não. Mamadeira sim.
( c ) Chupeta sim. Mamadeira sim.
( d ) Chupeta não. Mamadeira não.
( e ) Já usei os dois, mas parei.
Se você respondeu mais ( a ), ( b ) ou ( d ) – sugiro reavaliar as perguntas.
Se você respondeu mais ( c ) ou ( e ) – sugiro reavaliar as respostas.
Peraí. Você num entendeu nada né? Isso mesmo.
Como você teve a oportunidade de ver, as perguntas falam sobre temas importantíssimos, com muitas possíveis “respostas certas”. São atitudes relevantes que podem sim fazer diferença no crescimento e desenvolvimento das crianças.
As recomendações que os pediatras podem e devem dar são aquelas baseadas em estudos, em evidências. Não é correto o pediatra deixar de dar uma orientação sempre que haja oportunidade. Aqui no Brasil, as referências são o Ministério da Saúde, a Sociedade Brasileira de Pediatria, as Sociedades de Especialidades, a ANVISA, além de órgãos internacionais (OMS, UNICEF, ESPGHAN, AAP, entre outras).
Mas os temas dessas questões que eu coloquei acima e as suas respostas podem ajudar na qualidade de vida da criança, podem favorecer essa geração que a Sociedade Brasileira de Pediatria projeta para viver 100 anos e com saúde. Esses e outros temas podem dar às mães uma arma importantíssima para um bom cuidado de seus bebês: INFORMAÇÃO.
Mamães! Antes de tomarem qualquer decisão, consultem seus pediatras de confiança. Busquem informações éticas, atualizadas. Perguntem. Esclareçam. Questionem até não restarem dúvidas. EMPODEREM-SE.
Só assim, as decisões poderão ser tomadas com uma base segura. E de verdade, não importa qual delas seja, desde que seja consciente e sabendo que o cuidado de seu filho é só seu, bem como a responsabilidade pela decisão tomada. Segundo diziam que foi uma fala do ex-presidente Juscelino Kubitschek: "Você não tem compromisso com o erro". Tomou uma decisão e achou que ela não foi a adequada, respire fundo e mude o caminho.
Mas nada disso forma ou define uma boa ou uma má mãe. O vínculo, o apoio, o amor, o carinho que une a família podem ser fatores determinantes na sua "qualidade" como mãe, se é que isso seja mensurável.
Com a INFORMAÇÃO e o VÍNCULO certamente não se perderia tanto tempo com essas discussões infrutíferas a respeito da qualidade de uma mãe, não se criariam grupos na Internet e nem em revistas tentando eximir a mãe de culpas que são a elas imputadas, sem nenhuma base e até mesmo sem uma acusação real.
Não há como negar que tudo o que é feito por uma avó, por uma mãe, por um pai tem que ter, e costuma ter mesmo, como base o amor. Esse é o primeiro passo. Os outros??? Com essa base, os outros passos desse caminho virão ao seu tempo e da melhor forma que for possível.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545