27/07/2014
Um dos programas mais comuns em Sampa da garoa, especialmente no clima mais frio e chuvoso, é ir aos Shoppings e passar um tempo meio longo por lá. Aí, já que a gente está por lá mesmo, aproveitamos para comer (almoço, lanche, jantar ou só uma beliscadinha mesmo).
Afinal, as praças de alimentação acabam sendo uma festa para os olhos, com seus diversos e variados aromas e paladares e uma variedade que contenta todos os gostos, saudáveis ou não.
Mas como fazer em uma situação em que você não pode, ou pior, não deve comer de tudo? Adultos, apesar de terem teoricamente autocontrole, não conseguem evitar (só) aquele docinho ou aquele salgadinho, mesmo que tenham problemas de saúde como diabetes, hipertensão, dislipidemias e obesidade.
E quando falamos sobre crianças é muito pior. E aí, a pena ou a culpa que os pais sentem podem fazer com quem não se negue nada às crianças. Afinal, “que mal pode fazer só um pouquinho, ou um pedacinho ou unzinho só????”
Dependendo da situação, esse “unzinhosóumpouquinhodopedacinho” pode ser até fatal. Quando falamos de quadros de alergia, em que a questão não é a quantidade e sim a qualidade (ou falta dela), “um pouquinho” pode fazer “toda a diferença”.
Assim, além da questão individual, torna-se cada vez mais importante que a informação sobre alergias alimentares seja espalhada, disseminada, repetida e absorvida por todos os envolvidos com crianças, quer sejam seus filhos ou não.
E essa informação deveria constar também nos estabelecimentos comerciais (restaurantes, lanchonetes, escolas, buffets infantis, entre outros) para que essas crianças, que já são privadas de tantas “gostosuras” não sejam privadas de algo muito mais importante: sua liberdade e sua vida.
É fundamental que os pais, familiares, professores e todos os adultos que entram em contato com uma criança que tem alergia alimentar estejam conscientes dos riscos e dos cuidados a serem tomados com essa criança.
Especificamente em restaurantes, como se presume que a cozinha é a mesma para o preparo de todos os tipos de alimentos, o cuidado deve ser muito maior. Quando os pais decidem sair para comer com suas crianças, é fundamental que eles tenham a precisa noção do que essa cr8iança pode ou não comer.
As consultas com os pediatras e os alergologistas pediátricos devem contemplar os pais com informações sobre o que essas crianças podem ou não comer e, tão importante quanto, com alternativas viáveis para que elas possam participar das atividades tão importantes e tão vitais para o seu crescimento e desenvolvimento físico, mental, cultural e social.
Dessa forma, quando essas crianças alérgicas alimentares saem de casa para festinhas de aniversário, escolas, passeios com familiares e amigos, shoppings e restaurantes, é crucial buscar um equilíbrio entre o que é prejudicial e o que é viável para que se possa aproveitar a atividade com o menor risco possível.
Só vá a um restaurante com seu filho que tem alergia alimentar conhecida (leite, ovos, frutas, glúten, entre outros) se tiver certeza que há uma opção segura e saborosa no cardápio para que ele possa curtir o passeio sem se sentir tão mais diferente do que ele já se sente e sem expô-lo a situações de risco social ou de saúde.
Vale ressaltar que o acompanhamento da saúde de uma criança alérgica não é apenas responsabilidade da família e do pediatra. Alergologistas pediátricos, gastroenterologistas pediátricos, psicólogos, nutricionistas podem ser importantes aliados nesse caminho seguro, até que, quem sabe com o tempo, atinja-se um nível de tolerância a essa substância que permita que se baixe a guarda e se libere, mesmo que em pequena quantidade, uma alimentação menos restrita e uma vida mais completa.
Alguns sites para informação a respeito de alergia alimentar e opções de cardápios:
- Instituto Girassol - http://www.girassolinstituto.org.br
- ASBAI – Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia - http://www.sbai.org.br
- ACELBRA - http://www.acelbra.org.br/2004/index.php
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545