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Desfralde, Síndrome de Morte Súbita Infantil, mortes por alergia e aleitamento materno: conheça as novidades nos estudos sobre o mundo pediátrico

Do site Difundir

Acompanhem o que dizem alguns estudos recentes, publicados em periódicos pediátricos nos meses de setembro e outubro de 2014, sobre temas relevantes na área dos cuidados infantis.

28/10/2014

Retirada precoce de fraldas aumenta riscos de obstipação e descontrole de urina durante o dia

Uma pesquisa recente realizada no Wake Forest Baptist Medical Center mostrou que o treinamento precoce para retirada de fraldas (antes dos 2 anos) está ligado a um aumento de 3 vezes em problemas de controle posterior durante o dia, além de 3,37 vezes mais chances de obstipação (intestino ressecado).

Esse estudo envolveu 112 crianças entre 3 e 10 anos de idade onde cerca de metade foi acompanhada no departamento de Urologia por problemas de incontinência urinária diurna ou urgência urinária, comparado com outro grupo sem esses problemas. 

É referido no estudo, pelos seus autores, que o que indica a hora certa para retirada de fraldas não é a idade e sim quando as crianças mostrarem sinais de que estão preparadas e não apresentam nenhum sinal de prisão de ventre.

“A musculatura utilizada para controle das fezes é a mesma do controle da urina. Assim quando se treina muito cedo, as fezes retrocedem, acumulam, apertam a bexiga, impedem a saída da urina, interferindo inclusive no tamanho da bexiga em desenvolvimento”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349).

O vídeo sobre os resultados do estudo pode ser acessado nesse link (Steve Hodges, M.D - professor associado do Departamento de Urologia Pediátrica do Wake Forest Baptist e principal autor do estudo).

Aumento de Síndrome de Morte Súbita Infantil (SMSI) em crianças que dormem em sofás

Estudo publicado no Pediatrics analisou casos de morte em sofás em 24 estados de 2004 a 2012, no sistema de dados da Central Nacional de Revisão e Prevenção de Mortes Infantis dos Estados Unidos.

Foram relatadas 1024 mortes em crianças em sofás , o que representa cerca de 12,9% do total das mortes infantis relacionadas ao sono.

“As conclusões do estudo apontam para o risco da superfície dos sofás no sono das crianças, que são associadas, também, a compartilhar os sofás com os pais e à exposição pré-natal ao tabaco, que são outros fatores de risco para SMSI”, destaca o médico.

Antibióticos e contrastes e mortes por alergia

Um estudo publicado no Journal of Allergy and Clinical Immunologymostra que as drogas são as principais responsáveis em reações alérgicas fatais (60% contra 7% de alergia alimentar).

Segundo a Dra. Elina Jerschow, diretora do Centro de Alergia a Drogas de Montefiore Medical Center e professora assistente de medicina no Albert Einstein College of Medicine, in New York City, uso de medicamentos pode ser muito perigoso.

Os Estados Unidos e a Austrália apresentam uma das maiores taxas de alergia (anafilaxia) severa entre os países desenvolvidos, de acordo com informações desse estudo, em que foram analisados dados nacionais de quase 2.500 mortes dos EUA entre 1999 e 2010, tentando relacionar possíveis causas para essas reações.

A causa mais comum encontrada no estudo foi o uso de medicamentos, que não foi identificado em 75% das mortes. Nos casos em que a causa foi esclarecida, 40% eram antibióticos seguidos por contrastes usados em diagnósticos por imagem e depois quimioterápicos para câncer.

Nesse período (1999 a 2010), os casos de reação fatal a drogas praticamente dobraram de acordo com os pesquisadores.

“Essa é uma das razões pelas quais insistimos nos cuidados com a automedicação. Os casos relatados aconteceram, em sua maioria, em pacientes internados , o que favoreceria um melhor prognóstico. Quando isso acontece em casa, os riscos são muito mais relevantes. E vale lembrar que medicamentos simples, como um vermífugo, por exemplo, pode causar uma reação alérgica grave”, informa Moises Chencinski.

Aleitamento materno prolongado (?) nos Estados Unidos

Estudo apresentado no Congresso da Academia Americana de Pediatria, em San Diego, mostra que as mães, nos Estados Unidos, estão amamentando suas crianças por um tempo mais prolongado (Lá, prolongado quer dizer acima de um ano de idade).

As três principais razões elencadas no estudo foram:

  • Os benefícios nutricionais do Aleitamento Materno;
  • Outros benefícios para a saúde, advindos do Aleitamento Materno;
  • A oportunidade de construir um vínculo mais forte com seu bebê.

A pesquisa continuou através de e-mails pela lista do La Leche League e através do Facebook, quando os autores solicitaram que as mães classificassem 15 situações relacionadas ao aleitamento prolongado como “muito importante”, “importante”, “um pouco importante” ou “não importante”.

Além dos benefícios à saúde, os principais fatores foram prazer em amamentar, apoio do marido ou companheiro, apoio do La Leche League e não ter que pagar pela fórmula infantil.

“E o que chama a atenção na pesquisa também é que apesar de as mães se sentirem confortáveis em discutir o tema aleitamento com seus pediatras ou com seus próprios cuidadores de saúde, a recomendação desses profissionais não foi considerada importante na decisão da mãe em estender o aleitamento”, destaca Chencinski, que é autor do Blog Mama que te faz bem.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545