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Não sabendo que era impossível, ele vai lá e faz. Isso é um prematuro.

Do site da Crescer

por Dr. Moises Chencinski - colunista

17/11/2022

Segundo dados da OMS:
- Todos os anos, cerca de 15 milhões de bebês nascem prematuros (antes de 37 semanas completas de gestação).
- As complicações do parto prematuro são a principal causa de morte entre crianças menores de 5 anos, responsáveis ​​por aproximadamente 1 milhão de óbitos em 2015.
- Três quartos dessas mortes poderiam ser evitadas com intervenções atuais e econômicas.
- Em todos os países, a taxa de parto prematuro varia de 5% a 18% dos bebês nascidos.

Podemos dividir os prematuros, com base na sua idade gestacional:
- Prematuridade extrema (menos de 28 semanas).
- Muito prematuro (28 a 32 semanas).
- Prematuro moderado a tardio (32 a 37 semanas).

Esses dados são importantes para análise de condutas, tratamentos, expectativas mais específicas em cada faixa, sempre salientando que cada prematuro é único e merece esse olhar, esse cuidado e essa atenção desde o seu nascimento.

No Brasil, ano após ano, a nossa taxa de prematuridade gira em torno de 11%, cerca de 340.000 partos abaixo de 37 semanas de gestação por ano, o que nos coloca no 10º lugar no mundo nessa triste realidade. A ONG Prematuridade.com nasceu da experiência de pais e profissionais de saúde com a prematuridade e suas consequências, em novembro de 2014 e atua para diminuir a incidência de partos prematuros e garantir as boas práticas no cuidado ao prematuro e suas famílias.

Ainda de acordo com a OMS, “aproximadamente 1 milhão de crianças morrem a cada ano devido a complicações de parto prematuro. Muitos bebês sobreviventes enfrentam uma vida inteira de deficiência, incluindo dificuldades de aprendizagem e problemas visuais e auditivos”.

Assim, hoje, 17 de novembro, no Dia Mundial da Prematuridade de 2022, o Departamento de Saúde Materna, Neonatal, Infantil e Adolescente e Envelhecimento da Organização Mundial da Saúde, com base em novos estudos e evidências, buscando melhorar o atendimento de bebês prematuros ou baixo peso ao nascer lança uma nova diretriz com recomendações para melhorar a sobrevivência, saúde e bem-estar desse grupo imenso de recém-nascidos. Isso inclui o método mãe canguru e o envolvimento das famílias no cuidado de seus bebês desde o momento do nascimento.

O documento aborda medidas preventivas, como o Método Canguru, o contato pele-a-pele, a utilização do leite da própria mãe oferecido na maternidade, trazendo a possibilidade do aleitamento materno exclusivo até o 6º mês (de idade corrigida para 40 semanas, como já abordamos aqui na Crescer), além de cuidados com as complicações respiratórias e, referenciando a importância do envolvimento, do apoio e da presença da família nos cuidados do prematuro, bem como direitos a respeito da licença parental.

Desde a campanha de 2.021 (SEPARAÇÃO ZERO: AJA AGORA. Mantenha pais e bebês prematuros juntos.), até agora, em 2.022 (Garanta o contato pele a pele com os pais desde o momento do nascimento), e até desde antes, vale trazer algumas reflexões:

- Nascer antes, também é nascer.

- A força e a vontade de viver de um prematuro não tem limites.

- A prematuridade é multifatorial. Assim, é necessário o cuidado de uma equipe multiprofissional.

- O prematuro, mesmo o mais extremo, faz parte de uma família e requer seu olhar, seu cuidado, seu carinho, sua atenção.

E para concluir e ficar na cabeça de todos de uma vez por todas:

MÃE E PAI DE PREMATUROS NUNCA SÃO VISITAS.

Além de um direito, garantido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, entre outras normativas, é tão claro, é tão cristalino, que chega a doer quando, por qualquer alegação alguém sequer pensa na possibilidade de separar a cria prematura de sua mãe e de sua família.

Dia 17 de novembro, eu estou roxo, eu sou roxo pela prematuridade.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545