26/06/2010
Saiba mais sobre esse tratamento alternativo
Muitas vezes, respondo a boas perguntas para algumas matérias cujas respostas não são utilizadas na íntegra. Essa foi uma delas. A seguir, mais alguns esclarecimentos sobre a homeopatia, sua utilização e seus limites e assuntos de ordem prática.
Se vocês tiverem dúvidas sobre a homeopatia, perguntem aqui ou no site www.doutormoises.com.br na sessão Contato, para que o esclarecimento traga mais possibilidades na utilização desse método terapêutico único, individualizado e coerente de tratamento medicamentoso.
A Homeopatia (homeos=semelhante pathos=doença) é uma especialidade médica, reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina desde 1980, que trata os pacientes de uma forma global (holística) e não, exclusivamente, seus sintomas. O homeopata vê o indivíduo como um todo e tenta, através de medicamentos, mantê-lo equilibrado. O ser humano em equilíbrio consegue controlar seu estado de saúde.
A homeopatia baseia-se na observação do paciente de forma global, holística (como um todo) e não apenas em suas partes (cabeça, membros, estômago, etc). O médico analisa não só a doença, mas, principalmente, busca conhecer seu paciente em toda sua história de vida, seus hábitos (alimentares, de atividade física, sono, funcionamento de seu intestino e de sua bexiga), suas formas de reagir a estímulos (climáticos, ambientais, emocionais). A homeopatia e a alopatia agem por caminhos diferentes.
O homeopata já foi um alopata durante sua formação e conhece, sem preconceitos, os mecanismos de ação destas duas formas terapêuticas. O alopata não conhece a homeopatia porque apenas recentemente ela está sendo ensinada (apenas em seus fundamentos) em alguns poucos cursos de graduação e formação médica (grande e difícil passo para o reconhecimento da Homeopatia). Enquanto a homeopatia age pela lei da semelhança, por um estímulo parecido com o da doença, a alopatia age, quase sempre, pela ação contrária à doença e/ou aos sintomas. Para a febre temos os antitérmicos, para a dor, os analgésicos, para a infecção os antibióticos e assim por diante.
Desta forma, a homeopatia considera o sintoma como parte do todo que está sendo analisado e não como a doença. A febre faz parte de um quadro geral, mas não é esse quadro. Quando damos um remédio para a febre (alopatia) não estamos tratando a doença e sim um sintoma. Na teoria, a febre é uma defesa do nosso corpo para combater bactérias (que não atuariam bem na temperatura elevada e seriam mais facilmente combatidas pelas nossas defesas naturais, os anticorpos).
A homeopatia pode ser utilizada em qualquer idade e nunca é tarde demais (e nem cedo demais) para começar. Podemos acompanhar o ser desde sua concepção, utilizando os medicamentos homeopáticos durante a gestação, favorecendo esse processo e prevenindo sintomas de desconforto (náuseas, azia entre outros), já agindo no bebê em formação e preparando-o para sua vida de recém-nascido, criança, chegando (e passando) à adolescência, a vida adulta, até que ele reinicie esse ciclo (tendo novos filhos).
Tanto para a mãe como para o bebê que está sendo gerado, o acompanhamento pré-natal é importante. Para o Pediatra, uma consulta na 32ª semana, como preconizado e orientado pela Sociedade Brasileira de Pediatria, já é um ótimo passo. Já para o homeopata (pediatra ou obstetra) uma consulta no início da gestação e uma a cada três meses (quatro consultas) podem ser um grande diferencial no acompanhamento, na prevenção e tratamento de problemas relacionados a esse período e à continuidade da vida saudável do bebê e sua mãe, após o parto.
Durante a gestação e a amamentação, a mamãe e o bebê funcionam de uma forma harmônica, em sincronia. Assim, o que acontece com a mãe pode refletir em seu bebê e vice-versa. Essa ligação é tão marcante que em muitos casos damos o medicamento homeopático do bebê para a gestante tomar. A criança absorve o tratamento pelo cordão umbilical ou através do leite materno, ao mesmo tempo em que é nutrida. Dá para imaginar uma associação mais perfeita? Amor, leite materno, homeopatia. Enquanto amamenta, nutre e cura seu bebê.
Consultando o pediatra homeopata durante o pré-natal, além da orientação sobre a evolução do bebê na gravidez e sobre os cuidados com o recém-nascido, você vai saber o que faz de seu filho um ser único e especial. Se a homeopatia pode ser receitada durante a gestação, sua utilização desde a primeira consulta do recém-nascido é uma conseqüência lógica e natural. Assim, os problemas comuns de saúde no primeiro ano de vida (cólicas, gases, dentição, sono, etc.) pode ser acompanhados e controlados com grande eficácia através do tratamento homeopático. Mas a homeopatia não se limita a esses casos. Temos grandes possibilidades de melhora da qualidade de vida na terceira idade (a melhor idade). E nesse ciclo de nossas vidas, a homeopatia pode ter sua ação na prevenção, cura ou atenuação de problemas de saúde, tanto individual quanto coletiva (como em epidemias, por exemplo).
Aproveitando a chance, vou esclarecer a minha opinião: pode-se usar Homeopatia com qualquer outro tipo de remédio. A Homeopatia pode ser usada junto com antibióticos, antitérmicos, pomadas, cirurgias, etc. Só precisamos lembrar que a homeopatia e estes outros tratamentos agem de formas diferentes. A maioria dos homeopatas também sabe usar e receitar vacinas, quimioterapia, etc., quando julga necessário e apropriado. Só que nós, homeopatas, temos em mãos, além destes, os remédios homeopáticos. E, em uma grande parte das vezes, achamos que os remédios homeopáticos usados sozinhos são suficientes para recuperar o equilíbrio do doente e usamos apenas até que o doente esteja equilibrado.
Depois disso, o remédio homeopático também é suspenso. A homeopatia é uma especialidade médica exercida por profissionais que se formaram em faculdades de medicina. Assim sendo, antes de sermos homeopatas temos uma formação médica geral. Nosso compromisso não é com este ou aquele tipo de tratamento. Nosso compromisso é com o bem estar de nosso paciente. E nada deve ser feito no sentido de diminuir as suas chances de cura, sempre que sua saúde e sua vida estiverem em risco.
Cada caso é um caso e deve ser analisado individualmente, mas na sua totalidade. Na homeopatia, as otites ou as bronquites são parte do quadro a ser tratado. Assim, quando escolhemos um medicamento homeopático, mesmo para o quadro agudo, levamos em consideração, não só os dados da doença (lembre-se que antes de tudo somos médicos), mas também a forma de reagir do nosso paciente (apetite, sono, humor, intestino, sede, etc). Desde que saibamos para que estamos usando cada medicamento, não há qualquer problema na sua utilização conjunta.
Esta decisão segue o critério do médico homeopata responsável pelo caso. Há homeopatas que não usam a alopatia de forma alguma. Esta é uma opção pela qual eles se responsabilizam. E há homeopatas, e eu me incluo neste grupo, que não encontram problemas em associar, de uma forma criteriosa, os medicamentos alopáticos. E esta é uma outra opção pela qual eles se responsabilizam.
De qualquer forma, há situações onde o medicamento alopático é absolutamente fundamental. Quando houver um desequilíbrio orgânico muito grave, com perda de função ou de estrutura de partes do corpo ou de um órgão, pode ser necessário, para a manutenção da vida, o uso de medicamentos alopáticos. Podemos citar quadros como câncer, AIDS, hipotireoidismo, diabetes como alguns dos exemplos onde a alopatia é indispensável. Nestes casos, a homeopatia pode ser muito útil no equilíbrio do paciente, agindo de forma tal que as doses dos medicamentos alopáticos necessárias para o adequado tratamento de nosso paciente possa ser mais reduzida do que a dose habitual, atingindo o mesmo efeito final.
Chás, florais, remédios naturais, fitoterápicos não são remédios de Homeopatia, mas podem ser usados em conjunto com a Homeopatia. Acupuntura também. Mas destes, só a Acupuntura e a Homeopatia são, hoje, especialidades médicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina.
No Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, a definição de medicina é: A arte ou ciência de prevenir, curar ou atenuar as doenças. E a homeopatia pode cobrir essas fases do tratamento médico. Através da homeopatia, o médico busca o equilíbrio do indivíduo como um todo. Uma vez com sua saúde recuperada, o paciente estará mais protegido para prevenir e mais preparado para se curar em caso de algum agravo á sua saúde. Independente do medicamento, não se pode esquecer, de forma alguma, de outros fatores que contribuem na prevenção das doenças:
-Alimentação adequada, lembrando, nas crianças, o aleitamento materno exclusivo até o 6º mês de vida, mantido até 2 anos de idade.
-Vacinação em dia, não só para as crianças, mas também na adolescência, gestação, até na terceira idade.
-Atividade física regular.
-Hábitos de vida saudáveis.
Problemas comuns que preocupam muito pais. Não há dúvida que a homeopatia pode ser eficaz no acompanhamento também de crianças com problemas comportamentais.
Em primeiro lugar, há que se fazer um diagnóstico mais adequado de cada caso, utilizando-se, inclusive, de avaliações de outros profissionais (psicólogos, psiquiatras, neuropediatras, etc) bem como de exames complementares, quando necessários. Uma vez com essa avaliação em mãos, o homeopata buscará um reequilíbrio, juntamente com os pais, para que essa família possa crescer de forma harmoniosa, sabendo solucionar os problemas que podem e vão aparecer. Mesmo assim, é fundamental a colaboração dos pais e familiares, da escola e dos professores e de todos os cuidadores dessa criança, para que, juntamente com o medicamento homeopático, possamos restabelecer a saúde física e emocional nesses casos.
Em primeiro lugar, é interessante esclarecer o que é o efeito colateral de um medicamento. O efeito colateral é um efeito diferente daquele efeito principal responsável uso terapêutico do fármaco; assim, um efeito colateral pode ser benéfico ou indiferente e não necessariamente adverso ou indesejável.
Há medicamentos que são utilizados para cessar os vômitos que apresentam, como efeito colateral, o aumento da produção de leite materno. E esse medicamento contra vômitos pode ser utilizado exatamente por seu bom efeito colateral . Esse efeito também pode ser atingido pelo medicamento homeopático. Quando se trata um paciente, através da busca de seu equilíbrio, uma vez com o tratamento adequado, o indivíduo retoma seu estado de saúde e, muitas vezes, observa e vivencia mudanças positivas em queixas que não foram aquelas que motivaram a consulta.
A dúvida real é se o medicamento homeopático pode provocar um efeito colateral indesejado ou, como pode ser lido nas bulas dos remédios alopáticos, um efeito adverso. Nesse caso, a resposta é não. Como o medicamento homeopático é descrito em todas as suas possibilidades de ação nos campos mental, geral e local, as suas ações são sempre conhecidas e esperadas. Algumas vezes, quando o medicamento receitado tem sua potência energética um pouco elevada, o paciente pode passar por uma discreta e transitória agravação de seus sintomas para depois evoluir de forma suave e harmoniosa para o equilíbrio.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545