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O intestino das crianças

Do blog Mamãe Prática

Quando esse assunto é uma dor de cabeça para os pais, veja o que fazer

Mariana Branco

01/03/2014

Em geral, quando o bebê fica apenas um dia sem evacuar, os pais (principalmente os de primeira viagem) já começam a ficar apreensivos, imagine então se passarem dois ou três dias, aí “toca ligar pro pediatra” para saber se está tudo bem e perguntar: “O que fazer Dr.?”. Mas saiba que é normal a criança ficar alguns dias sem ir ao banheiro.

Entretanto, para evitar esse problema e também que seu filho apresente “fezes ressecadas”, é fundamental que, em primeiro lugar, ele se alimente de forma equilibrada, também incluindo em sua dieta frutas, legumes e verduras, além de beber água. A dica é do Dr. Moises Chencinski, médico especializado em Pediatria e Homeopatia. Ele ainda lembra: diante de qualquer dúvida, sempre consulte o pediatra do seu filho e evita a automedicação. Veja mais detalhes na entrevista a seguir.

Até o primeiro ano de vida o intestino da criança é muito diferente do adulto? Quais alimentos as crianças até 1 ano devem evitar? Por quê?

Muitos conceitos mudaram após estudos relacionados a alergias alimentares e obesidade infantil, entre outros. Assim, alguns alimentos que eram liberados até há alguns poucos anos agora não são recomendados e outros que “amedrontavam” os pediatras e as mães agora não representam riscos. Por exemplo, não existe comprovação científica para a exclusão de nenhum tipo de alimento para a gestante ou para a mãe que esteja amamentando na intenção de prevenir problemas no bebê (cólicas, gases, alergias). Assim, tanto a gestante quanto a lactante podem e devem ter uma alimentação equilibrada, sem restrições.

“Tanto a gestante quanto a lactante podem e devem ter uma alimentação equilibrada, sem restrições”

Entre os vilões [de alimentos para crianças até 1 ano], podemos citar o mel (pelo risco de botulismo), o leite de vaca integral (sensibilização à proteína do leite de vaca e anemia) e, mais recentemente, os sucos, mesmo naturais (prevenção de obesidade infantil e diabetes tipo 2), que não devem ser oferecidos abaixo de um ano de idade. Além disso, é recomendável a restrição do sal (prevenção de hipertensão) e do açúcar (prevenção do diabetes tipo 2 e obesidade infantil) adicionados à alimentação infantil.

Só para reforçar, deve ser evitado alimento industrializado, que contenha gordura vegetal (como biscoitos recheados, frituras, entre outros). Infelizmente, as pesquisas mostram o imenso consumo desse tipo de alimentação abaixo de um ano de idade. Por outro lado, o ovo e o peixe que tinham sua introdução retardada para um ano de idade ou mais, hoje em dia podem ser oferecidos a partir do 6º mês de vida.

Intestino preso ou fezes “ressecadas” é um assunto que aflige muito as mamães de bebês e crianças até 5 anos. Quando a criança (a partir dos seis meses) fica “ressecada”, o que fazer? Sucos específicos adiantam? Algumas sugestões?

A primeira dica é a de sempre: procure seu pediatra e converse com ele sobre isso. A segunda dica também é a de sempre: nunca automedique seu filho. Os medicamentos para esse quadro podem conter substâncias que apresentam efeitos colaterais indesejados importantes. Uma alimentação equilibrada, com presença de frutas, legumes e verduras (com as fibras), mas também atenta à presença adequada de carboidratos, proteínas e gorduras é fundamental. A hidratação é outro fator importante para evitar que as fezes fiquem ressecadas.

“A hidratação é outro fator importante para evitar que as fezes fiquem ressecadas”

Por quantos dias é normal a criança (de 6 meses a 3 anos) ficar sem evacuar? Quando os pais precisam se preocupar?

Recém-nascidos (até um mês de idade) em aleitamento materno exclusivo podem desde evacuar a cada mamada (fezes líquidas) até passar 3 a 4 dias sem evacuar (fezes pastosas), e isso pode ser considerado normal. Conforme passa o tempo, as fezes vão ficando mais consistentes e diminuem sua frequência. A frequência ideal é aquela que respeite o ritmo das crianças, sem que isso provoque qualquer desconforto.

Mamães, espero que esta entrevista seja interessante para vocês.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545