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Nem tudo que reluz é trigo

Da página do Facebook Convivendo com alergia

Nos tempos atuais de fama rápida, onde o glúten é a bola da vez, muito há que se fazer para derrubar mitos e esclarecer dúvidas em relação a esta proteína (Sim, o glúten é uma proteína). Apesar de o trigo ser o “pole position” no quesito glúten, ele não está sozinho nesta condição.

27/06/2014

O glúten é a principal proteína presente no Trigo, Aveia, Centeio, Cevada, e no Malte (subproduto da cevada), cereais amplamente utilizados na fabricação de alimentos, medicamentos, bebidas, bem como cosméticos e outros produtos não ingeríveis. Portanto, ingerir estes cereais ou qualquer alimento que os contenha ou seus subprodutos significa consumir também o “tal do glúten”.

A frase "contém glúten", encontrada em embalagens de diversos produtos alimentícios, serve para alertar as pessoas portadoras de doença celíaca (uma sensibilidade permanente), intolerância ou reações alérgicas a essa proteína para que não consumam aquele alimento. As pessoas corretamente diagnosticadas com qualquer uma destas condições devem evitar os cereais que contêm glúten citados acima e todos os produtos industrializados que mostrem esta frase.

Informações detalhadas podem ser encontradas no site da Associação dos Celíacos do Brasil (Acelbra). 

A alergia ao trigo, diferentemente da doença celíaca, pode se apresentar com sintomas respiratórios, gastrointestinais ou cutâneos e é definida como uma reação imunológica adversa às proteínas e/ou outros componentes do trigo. Além da doença celíaca e da alergia ao trigo, existem outras condições de sensibilidade ao glúten que ainda não são totalmente compreendidas pelos cientistas.

NÃO CONTÊM GLÚTEN OS SEGUINTES CEREAIS E PSEUDO-CEREAIS:
Arroz, Milho, Sorgo, Quinoa, Amaranto.

TODAS as sementes oleaginosas e castanhas, por exemplo: linhaça, chia, gergelim, girassol, nozes, castanha do Pará, castanha de caju, amêndoa, avelã.

TODAS as frutas.

TODAS as leguminosas, por exemplo: feijão, soja, lentilha, ervilha, grão de bico, amendoim.

TODAS os legumes, raízes, tubérculos e folhas, por exemplo: cenoura, abobrinha, vagem, chuchu, batata, mandioca, inhame, alface, agrião, repolho.

Dois cuidados importantes devem ser tomados por quem tenha qualquer reação ao glúten.

1)      Um ambiente em que ele é utilizado fica, com grandes chances, “contaminado” por esta proteína. Assim, é necessário muito cuidado quando alguém vai, por exemplo, a uma padaria e pede um pão de queijo, que não deveria ter glúten (é feito de polvilho, que vem da mandioca). Ele pode não ter glúten, mas se ele foi feito na mesma cozinha em que foi feito aquele pãozinho, quentinho, fresquinho e gostosinho, mas sem os devidos cuidados, o “inocente” pão de queijo pode causar um estrago.

2)      É necessário que se crie o hábito de ler os rótulos e ver, além do prazo de validade, a composição dos alimentos ingeridos. Muitos nutrientes são conhecidos por vários nomes diferentes ou têm ingredientes que constam em outros alimentos (por exemplo, no caso do leite, tem que procurar caseína, lactoalbumina, Whey protein, gordura de manteiga, etc.), mas que não vem escrita a palavra leite. No caso específico do leite, quem tem alergia à proteína do leite de vaca (APLV) não deve consumir nenhum produto que contenha “traços de leite”. No caso do glúten, é só a informação “contém glúten”. E todos esses dados estão, ou pelo menos deveriam estar, no rótulo do produto. Vamos estimular a campanha? #põenorótulo.


SIMPLIFICANDO E CONCLUINDO
: Nem tudo que contém glúten é trigo, mas tudo que tem trigo contem glúten.

Autores:

Moises Chencinski – Pediatra
Janice Chencinski – Nutricionista   

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545