Do site Difundir
As crianças nos Estados Unidos (e por aqui também) comem muito pizza... Pelo menos isso é o que dizem alguns pesquisadores, que defendem que ela deve se juntar às bebidas açucaradas e aos fast foods na categoria dos alimentos condenados, por cobrarem um pedágio muito caro sobre a saúde.
por Márcia Wirth
10/02/2015
Em um novo estudo, publicado no Pediatrics, os pesquisadores apontam que a pizza é uma grande fonte de calorias, gordura saturada e sal na dieta das crianças e de adolescentes, e que elas não devem comer mais de uma ou duas fatias por refeição, sempre acompanhadas de salada, e não de outros alimentos de alto teor calórico.
Para o pediatra e homeopata Moises Chencinski (CRM-SP 36.349), "após a leitura do estudo, a recomendação mais importante é a de que os pais devem procurar reduzir o consumo de pizza, particularmente como lanche, pois é nesta refeição que ela tem o maior impacto sobre a ingestão calórica excessiva das crianças”.
Estudos anteriores já haviam apontado que as crianças comem pizza com mais frequência do que os adultos, e que, juntamente com sobremesas, como bolos e biscoitos, é um dos alimentos mais calóricos.. Segundo o novo estudo, as crianças consomem uma média de 136 calorias por dia, provenientes de uma fatia desse prato tão popular e tradicional nos nossos finais de semana.
“Esta nova pesquisa é muito interessante e traz dados substanciais sobre a dieta de crianças e adolescentes, com idades de 2 a 19 anos, entre 2003 e 2010. Os pesquisadores descobriram que o número de calorias consumidas por crianças, advindas da pizza diminuiu 25%, entre 2003 e 2010, o que é uma boa notícia. Mas, pelo menos uma vez por semana, cerca de 20% das crianças e dos adolescentes ainda comem pizza”, informa o pediatra.
“Nesses dias, os adolescentes consomem uma média de 230 calorias extras e as crianças consomem uma média de 84 calorias extras, em comparação com os dias em que eles não procuram incluir esse prato em suas refeições. Este consumo de calorias em excesso é semelhante ao que ocorre quando as crianças e adolescentes comem fast foods”, diz o médico, que também é membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo.calorias globalmente.
Pensando em alternativas...
“Dado que a pizza é um alimento altamente prevalente na dieta das crianças e dos adolescentes, precisamos torná-la mais saudável. Para isso, devemos reduzir a gordura saturada e o sal e aumentar o teor de grãos”, ensina o médico.
Chencinski sugere que, ao invés de encomendar sempre da pizzaria, podemos tornar a pizza um alimento caseiro. "Na preparação em casa, podemos escolher coberturas mais saudáveis, aumentar a quantidade de legumes e proteínas magras, colocar menos queijo... Podemos inventar receitas, não consumir apenas a clássica pepperoni e queijo muçarela", diz o pediatra.
Os autores do estudo recomendam que os médicos e nutricionistas discutam diretamente o consumo alimentar com os pais durante as consultas. “O aconselhamento dietético é mais eficaz quando os profissionais se concentram em alimentos específicos, em vez de abordarem os nutrientes, de maneira geral. Assim, seja a pizza um alimento saudável ou não, ela merece destaque e discussão em função do nosso estilo de vida atual, onde ela é muito apreciada e consumida”, defende o pediatra.
Chencinski também destaca outro ponto de relevância: “muitos alimentos altamente calóricos são consumidos em quantidades exageradas, caso das guloseimas, fast foods, pizzas... Para lidar com o problema, precisamos ensinar as crianças e os adolescentes a comerem porções menores e versões mais saudáveis desses alimentos”, diz o médico.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545