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Seletividade alimentar em crianças pode ser apenas uma fase passageira

Do site Chris Flores

Seu filho parou de comer bem de repente? Calma, mamãe vai passar

20/02/2015

De repente, uma criança que comia tão bem passa a rejeitar alimentos que faziam parte de sua dieta e rejeita experimentar novos sabores. Elas passam a selecionar alimentos e desesperam seus cuidadores, especialmente pais e avós.

Elas são conhecidas na terminologia médica como Picky Eaters. São várias as razões atribuídas a esse tipo de comportamento alimentar, mas todas elas fazem da refeição um momento tenso, tanto para as crianças como para seus familiares.

Um estudo populacional publicado recentemente (30/01/2015) no International Journal of Eating Disorders pode ser uma luz para essa situação sombria que tanto interfere na dinâmica alimentar da família.

Foi feito um levantamento com 4018 participantes na Holanda sobre a seletividade alimentar na infância, a partir do nascimento, avaliando principalmente essas crianças com 1 ano e meio, 3 e 6 anos de idade.

Os autores concluíram que cerca de 46% dessas crianças foram picky eaters pelo menos em alguma dessas idades e que a recorrência foi muito rara, sugerindo que essa é uma fase comportamental transitória e que faz parte do desenvolvimento normal em pré-escolares. 

Foram reconhecidos 4 possíveis caminhos de evolução:

- 55% - nunca foram seletivos;

- 32% - apresentaram remitência do quadro entre 0 e 4 anos;

- 04% - tiveram um início tardio (somente aos 6 anos);

- 04% - apresentaram persistência do comportamento em todas as avaliações.

Esses últimos (os persistentes) eram preferencialmente do sexo masculino, de baixo peso de nascimento e de famílias de baixo poder aquisitivo. Já os que tiveram início mais tardio nesse comportamento eram, frequentemente, de famílias de baixo poder aquisitivo.

Comentário: É importante o reconhecimento dessas fases como uma questão de desenvolvimento e o acompanhamento pediátrico é fundamental para essa avaliação, muitas vezes auxiliado por um nutricionista nas recomendações alimentares.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545