Do blog Mães de Peito
O zika vírus e a sua relação com os casos de microcefalia têm feito mulheres adiarem a gestação, mas tem gerado, principalmente, uma preocupação grande de quem já está grávida e de quem amamenta após pesquisadores dizerem que a contaminação também pode ocorrer por meio do leite materno.
por Giovanna Balogh
05/12/2015
Grávidas devem usar repelentes e redobrar
cuidados (Foto: Renata Penna Fotopoesia)
O zika vírus e a sua relação com os casos de microcefalia têm feito mulheres adiarem a gestação, mas tem gerado, principalmente, uma preocupação grande de quem já está grávida e de quem amamenta após pesquisadores dizerem que a contaminação também pode ocorrer por meio do leite materno.
O médico Moisés Chencinski, pediatra e membro do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo, diz que na Polinésia Francesa, onde houve um surto de zika em 2013, os médicos encontraram partículas do vírus no leite materno, mas ainda não está claro se existe transmissão para o bebê porque nem todo vírus encontrado no leite é transmitido.
A infectologista Rosana Richtmann, presidente da Comissão de Controle de Infecção da Maternidade Santa Joana, diz que o bebê de uma mulher com hepatite C, por exemplo, não tem risco aumentado de pegar a doença porque mama no peito.
O pediatra explica que até agora não há relatos de crianças infectadas pelo zika vírus através da amamentação. “Pelos benefícios do aleitamento, mães devem ser encorajadas a amamentar mesmo em áreas onde o zika vírus for encontrado”, ressalta.
Bebês devem continuar mamando leite
materno (Foto: Renata Penna Fotopoesia)
Médicos explicam que a mãe infectada com zika vírus pode transmitir para seu recém-nascido durante todo o período da gestação. A obstetra Dolores Nishimuradiz que especula-se que seja pior a infecção no primeiro trimestre da gravidez. “As más formações são piores, mas ninguém sabe qual o impacto da infecção nos outros trimestres ao certo. Por ser uma doença que apareceu agora, não tem como falar que não vai acontecer nada se pegar no segundo ou terceiro trimestre. Não tem tratamento, é uma vez que o feto é atingido, não tem o que se fazer”, comenta.
Ela diz que o melhor a se fazer é prevenção e, principalmente, evitar locais onde há grandes epidemias de dengue e do zika.
A obstetra Juliana Sandler explica que a ultrassom morfológica do segundo trimestre já deveria identificar algum indício de infecção viral grave. Juliana diz que algumas mulheres estão adiando os planos de engravidar por conta das notícias de microcefalia. “Algumas estão esperando passar o período de chuvas, deixando para engravidar em abril do próximo ano.”
Para quem já está grávida, as médicas aconselham a evitar viajar para as regiões onde há mais casos de zika e dengue e tomar vários cuidados como usar repelente e evitar focos de água parada, que ajudam a proliferar o mosquito aedes aegypty.
Os médicos recomendam que grávidas usem repelentes apropriados durante toda a gestação. Em geral, repelentes para crianças e bebês são também seguros para grávidas.É preciso lembrar de reaplicar cremes e sprays a cada seis horas. Use produtos que tenham as seguintes substâncias: Icaridina, dietiltoluamida (DEET) e o IR3535
Se for usar protetor solar ou maquiagem, passar o repelente sempre por último.
As grávidas também podem usar os repelentes naturais feitos à base de álcool e cravo-da-índia. Uma receita comum é deixar cravos-da-índia mergulhados em álcool por pelo menos quatro dias, e depois misturar o líquido com um óleo suave, como óleo para bebê. Velas de citronela e óleos essenciais de citronela, eucalipto ou cravo também ajudam a manter os mosquitos longe de casa.
Mosquitos se reproduzem em água parada, por isso, é importante colocar areia nos pratos das plantas e trocar com frequência a vasilha de água de animais. Não deixe acumular água em pneus, canos ou calhas.
Se você armazena água da chuva para reaproveitá-la, tape o recipiente e não guarde por mais de uma semana.
Use roupas claras, e, de preferência, mangas longas e calças. As cores escuras tendem a atrair os mosquitos. Opte por tecidos leves, como o algodão e use o repelente em formato de spray em cima das roupas também.
Aromas florais ou adocicados de frutas tendem a atrair mosquitos. O melhor é usar produtos sem cheiro ou que afastem os mosquitos, como lavanda, citronela, capim-limão ou cravo.
Coloque telas mosqueteiras em portas e janelas. A grande vantagem das telas é poder deixar a casa aberta e ventilada dia e noite, sem se preocupar com uma “invasão'' de mosquitos. Os mosquiteiros também são ótimos para serem instalados na cama das grávidas e também nos berços.
Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545