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Meu depoimento como pai e pediatra (“Paidiatra” ... rsrs ... tem isso?)

Da página do facebook: Convivendo com Alergia

07/06/2014

Em uma de minhas consultas recentes, um fato me chamou a atenção. Um pai de uma bebê de 9 meses dizia que estava triste, pois quando ele chegava em casa, a sua filhinha queria saber mais da mãe do que dele.

Ao mesmo tempo em que tentava explicar a ele que isso era uma fase transitória (especialmente a da angústia da separação, em que a bebê iria mesmo buscar mais contato com a mãe) e que ele deveria manter-se próximo mesmo assim, comentei como essa sua preocupação era um ponto positivo: a busca do pai pelo carinho e pela atenção de sua filha.

Por outro lado, certa vez, em uma outra consulta, pai, mãe e avó presentes, a mãe diz que teria que trabalhar de manhã e a avó não poderia ficar com a criança e a dúvida era: melhor deixar a criança no berçário ou com uma babá em casa? O pai se prontificou a ficar com o bebê nesse período. As duas se entreolharam, riram muito, e depois continuaram a conversa como se nada tivesse sido dito e a intenção daquele pai fosse algo inimaginável. Após uma pergunta minha (E por que não?) e uma conversa, a opção foi uma tentativa nesse sentido (ficar com o pai), e hoje todos são muito felizes.

Os homens não foram “educados” para cuidar de seus filhos. Nem esse espaço era “naturalmente” destinado ou “permitido” a eles. Escrevi algumas matérias sobre isso, até motivado por uma observação de que muitos pais vinham às consultas de seus bebês até um ano de idade (e ainda comparecem). Fiz até um levantamento e esse número chegava a 80% dessas consultas, até um ano de idade, algumas vezes, inclusive, sem a mãe presente (isso mesmo, só o pai na consulta).

A evolução da paternidade (2008), Especialistas destacam a importância do pai na formação dos filhos (2013) e Licença-paternidade em “doses homeopáticas (2014) foram escritas baseadas em uma mudança cultural, social, econômica e afetiva que observei nos últimos 20 anos, em minha experiência pessoal.

Também sou pai (Renato – 32 anos e Danilo – 30 anos) e sempre busquei, entre os plantões e a vida atribulada de médico, estar presente na vida deles. Vendo-os agora, homens formados, do bem, de bom caráter, cidadãos tenho certeza de que junto com a Janice (minha esposa há 35 anos) e a índole deles, foi e está sendo um caminho feliz.

Dr. Moises Chencinski - CRM-SP 36.349 - PEDIATRIA - RQE Nº 37546 / HOMEOPATIA - RQE Nº 37545